MENU

Santos

A “ABUELA” DOS DOMINICANOS

Como filhos e filhas de Domingos, um espanhol natural de Caleruega, localizada na Província de Burgos, na Espanha, quando falamos de sua mãe, Beata Joana de Aza, recorremos à língua nativa, onde avó é traduzido como ‘Abuela’, significando nossa avó.

Hoje, em 2 de agosto, celebramos a memória de Beata Joana de Aza, a mãe de São Domingos. Infelizmente, pouco se sabe sobre sua origem ou família, pois há poucas informações disponíveis quando pesquisamos sobre ela.

– Nascimento de Joana:

Joana nasceu na cidade de Aza no ano de 1140. Ela herdou de sua família a mansão de Caleruega depois de se casar com Félix de Guzmán. Três filhos nasceram deste casamento: Antonio (venerável), Manés (abençoado) e Domingo (santo e fundador da Ordem dos Pregadores). De acordo com a obra Vida de Santo Domingo de 1272, ela era uma mulher ‘honesta, casta, irrepreensível, prudente e muito compassiva com os pobres e aflitos, brilhando pela virtude e pela boa reputação’ [1]

– Nome e Batizado de Domingos:

A devoção especial de Joana de Aza ao mosteiro beneditino de Silos e a seu santo fundador Domingo é a origem do nome de seu filho mais novo.[2]

Conta-se que, quando ela ainda estava grávida de Domingos, sonhou que um cachorro corria pelo mundo com uma tocha na boca. Rapidamente, Joana foi ao Mosteiro, pedindo a intercessão de Silos, que havia falecido 100 anos antes, para o nascimento de seu filho e prometendo que o chamaria de Domingos se tudo ocorresse bem. Dizem que ela fez novenas, mas não há informações precisas sobre isso.

No batizado, Joana, ou talvez sua madrinha, teria presenciado uma estrela na testa de seu filho Domingo, o que ao longo da vida lhe conferiu uma serenidade esplêndida em seu rosto.”

A iconografia representa o hijõ Domingo e sua Madre Juana com uma estrela na fronte

 – Influência na Educação de Domingos:

 

Influente, este, Domingos, que para seu Pai, Félix, deveria recorrer ao conhecimento das armas, preferia estar na barra da saia de sua mãe,

Seu apelo foi: “Senhor, não deixe o machado queimar!” Pedagoga e professora, ela o guiou nos primeiros passos em direção à vocação sacerdotal. Foi ela quem lhe ensinou as primeiras letras. Aos sete anos (1176).[3]

 

 

– Milagre, Morte e Beatificação:

La bodega de la Beata Juana” (Convento e Mosteiro São Domingos, Caleruega, Burgos, España)

É acessado a partir da entrada do convento. Segundo a tradição, o milagre da multiplicação do vinho que a mãe de Domingo distribuiu entre os pobres ocorreu aqui. Um relevo de alabastro do escultor Andrés M. Abelenda lembra o fato. Trata-se de um espaço retangular, sob uma abóbada sustentada por arcos de pedra, que fazia parte da antiga adega da mansão.[4]

Morte: Entre os anos de 1203 e 1205, Juana faleceu, deixando para trás uma grande admiração por suas virtudes de compaixão, misericórdia e generosidade.[5]

Beatificação: No dia 1º de outubro de 1828, o Papa Leão XII, atendendo ao pedido da Ordem Dominicana e dos grandes de Espanha, incluindo o rei Fernando VII, aprovou o culto da Beata Joana. Esse culto já era bastante popular na zona de Caleruega e povoados vizinhos, em grande medida devido à proteção alcançada de Dona Joana, Mãe de São Domingos, contra graves pestes e fomes ocorridas ao longo dos séculos.

Diante deste testemunho genuíno e fraterno, convido a todos a rezar juntos a Oração de Joana e a pedir a sua intercessão para a grande festa de seu filho Domingos, no próximo dia 08.08. Que possamos olhar com mais fervor e compaixão como Joana. Oremos:

“Pai e Senhor Nosso,
fonte de toda a vida,
que outorgaste à Beata Joana D’Aza
a benção de seus filhos, especialmente
São Domingos,
Nós pedimos por seus méritos
o poder de educar os nossos filhos
com suas virtudes
e que possam alcançar
por sua intercessão a alegria vida eterna
Por Jesus Cristo, Nosso Senhor e Sua Santíssima Mãe
Amém”
(Tradução e adaptação: Ana Beatriz Menezes, OP) 

Por intercessão de nossa Abuela Joana de Aza e seu hijõ Domingos de Guzmán, tenhamos maior fervor e conversão radical em nossa vida e coração.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
02.08.2023 – Memória da Beata Joana de Aza
Ana Beatriz Menezes, OP

 

Acompanhe a Novena preparatória para a Festa de São Domingos de Gusmão, celebrada no dia 8 de agosto:

Bibliografia

Compêndio de Memórias Históricas da Bem-aventurada Joana de Aza, publicado em 1829 para documentar a confirmação de seu culto. 

https://www.diariodeburgos.es/noticia/ZFA5B1220-E0BD-8A7F-61CF1EF714F0A7BA/20140803/santa/juana/aza

O “Libellus de principiis Ordinis Praedicatorum” de Jordão de Saxónia

http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com/2009/05/fontes-para-historia-de-sao-domingos.html

Vida de Santo Domingo de 1272

https://books.google.com.br/books?id=EnbSdnjdyeoC&pg=PA52&lpg=PA52&dq=Vida+de+Santo+Domingo+de+1272&source=bl&ots=3xJtTxA5jN&sig=ACfU3U2lHmFArd8ygA7WHFV9YvoKKSfPyQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwilrZCV1JDoAhVPGbkGHXnxCKQQ6AEwBXoECAcQAQ#v=onepage&q=Vida%20de%20Santo%20Domingo%20de%201272&f=false

https://www.dominicos.org/quienes-somos/grandes-figuras/santos/beata-juana-de-aza/

http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com/2011/08/beata-joana-de-aza-mae-de-sao-domingos.html

http://dbe.rah.es/biografias/24397/beata-juana-de-aza

http://caleruega.dominicos.es/visita

https://www.dominicos.org/quienes-somos/grandes-figuras/santos/beata-juana-de-aza/

 

A “ABUELA” DOS DOMINICANOS Read More »

O Cristo em nós

Faz-se necessário mencionar que a espiritualidade dominicana é, antes de tudo, cristã. Essa percepção tem sido evidente ao longo da minha trajetória e experiência de oração, pois ela é profundamente cristocêntrica. Neste artigo falaremos de alguém além de Domingos, o Salvador, Jesus Cristo.

A junção dos verbetes nos revela a essência do seu ser: ‘Cristo + Centro’, ou seja, a figura do Messias Central. Colocar Cristo no centro é tê-lo como ponto focal de nossa vida e missão.

Recentemente, passamos pelas festas de Santo Antônio, Natividade de São João Batista, e ainda celebramos as festas de São Pedro e São Paulo, estes últimos considerados os grandes pilares da Igreja.

Tenho certa predileção por Pedro em relação a Paulo, porque ele foi aquele que mais se aproximou de Deus, mesmo com suas imperfeições. Pedro era o mais bruto, inesperado e explosivo, mas foi ele quem disse ‘sim’ e aceitou ser pescador de homens, recebendo a chave dos céus.

Automaticamente, lembro-me daquela emocionante passagem em que Pedro faz a mais bela profissão de fé:

“Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho, ele perguntou a seus discípulos: ‘Quem dizem os homens que eu sou?’ Eles responderam: ‘Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas.’ Então Jesus perguntou-lhes: ‘E vocês, quem dizem que eu sou?’ Pedro respondeu: ‘Tu és o Messias.’” (MC 8,27-29)

Ao afirmar isso, Pedro demonstra uma certeza e confiança profundas em Cristo, além de sua prontidão ao dar a resposta no momento oportuno, movido por algo que pulsava em seu íntimo.

Também é importante mencionar João Batista, que reconhecia e anunciava sua própria pequenez ao declarar que ‘viria um maior e mais forte’. Vale destacar sua presença no ventre de sua mãe, Isabel, ao saltar durante a Visitação da Virgem Maria. João vibrava com a presença do Salvador desde antes do nascimento, reconhecendo o grandioso papel que o Messias desempenharia.

Paulo, com sua intensidade e vasto ensinamento ao longo de suas cartas, dispensa comentários, mas nos lembra que nunca é tarde para se converter. Ele teve que ter sua visão tirada e passar por outras experiências para se converter e tornar-se um seguidor do Messias. 

Por fim, Santo Antônio, doutor da Igreja, ou como é conhecido no Brasil, o santo casamenteiro, nos traz uma história atribuída a ele. Uma jovem noiva, sem dote na época de Antônio, pediu-lhe ajuda, e ele deu-lhe uma folha de papel de pão, dizendo que o noivo pagaria o peso que a balança marcasse. Milagrosamente, deu quilos, embora a quantidade exata não seja conhecida. Esse evento foi louvável para o casamento.

Você que está lendo pode se perguntar por que estou falando de tudo isso, já que iniciei este escrito falando de Cristo. Eis a resposta: todos os mencionados – João, Pedro, Paulo, Isabel e Maria – foram seguidores de Cristo até as últimas consequências e tiveram conversões diárias e radicais. Domingos nos aponta para o “crucificado” e para o anúncio da Ressurreição, sendo essencial para o nosso carisma como dominicanos e dominicanas.

A ideia central deste escrito é apresentar o Cristo por meio da história dos Santos, daqueles que acreditaram antes de nós e deixaram o testemunho do valor e bem-estar que sentiram ao segui-lo, apesar dos obstáculos e tribulações. Perseverar e ter coragem são como mantras para o cristão.

Cristo nos disse para não temermos, pois estará sempre conosco! Que possamos, diante dos testemunhos dos Santos mencionados e dos Santos de hoje, perceber a presença do próprio Cristo e anunciar sua boa-nova sem medo.

Que peçamos a intercessão de nossa baluarte, Margarida Città di Castello, em assistência aos mais necessitados e àqueles que sentiram o amor de Deus e o compartilharam com todos ao seu redor. Que tenhamos olhos para ver o amor de Deus e clareza na missão.”

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Texto escrito na sexta-feira, 30 de Junho de 2023 – 12ª Semana do Tempo Comum

Ana Beatriz Menezes, OP.

Acompanhe a Novena preparatória para a Festa de São Domingos de Gusmão, celebrada no dia 8 de agosto:

O Cristo em nós Read More »

A QUEM PROCURAS?

Êxtase de Santa Maria Madalena – Francesco Albani 1937

Na pergunta presente no Evangelho de João, o Senhor questiona Maria Madalena sobre quem ela está procurando. É importante lembrar o contexto desse momento, que ocorre após a crucificação, quando ela visita o Santo Sepulcro para ver o corpo de Jesus, mas não o encontra, o que a leva a derramar lágrimas pela ausência de seu Senhor.

Antes de nos aprofundarmos nesse encontro significativo, precisamos contextualizar quem é a pessoa que detém o título de “Apóstola dos Apóstolos”, ou seja, Maria Madalena.

O objetivo deste texto é desmitificar e despertar a curiosidade do leitor para buscar mais informações sobre aquela que, por muito tempo, foi conhecida como a “prostituta”. Maria Madalena, também conhecida como Maria Magdalena ou Maria Margdalini, tem origem do grego Magala ou Mejdel, uma localidade próxima ao lago da Galileia.

Ela é mencionada 17 vezes ao longo das Sagradas Escrituras, sempre acompanhada do apelido “Madalena” para se diferenciar de outras pessoas. Pouco se sabe sobre sua origem ou familiares, sendo apenas conhecida como prima de Lázaro.

Maria Madalena está presente de forma silenciosa ao longo da peregrinação terrestre de Cristo, mas é citada sem parentesco ou relação com os apóstolos. Sua presença se torna mais ativa e notável na crucificação, morte e ressurreição de Cristo.

Vamos nos concentrar no Evangelho de João (Jo 20,1-12), em que Maria (referindo-se a Maria Madalena) vai até o Sepulcro de madrugada e encontra a pedra desalinhada. Ela corre para contar a Pedro e João (o discípulo amado) que o Senhor já não está mais lá. Maria chora a ausência de seu Senhor e, de forma displicente e até medrosa, espreita para dentro do espaço, encontrando dois Anjos.

Nos versículos seguintes, observamos a forma peculiar como Cristo chama cada um de nós pelo nome, assim como fez com Maria e como Deus chamou Abraão no Antigo Testamento.

O que desejo enfatizar com toda essa exploração das Sagradas Escrituras é o fato de que Maria Madalena demonstrou verdadeira compaixão e, sem medo, relatou o que aconteceu com seu Senhor quando questionada. Além disso, ela rapidamente identificou que estava diante de Jesus e anunciou a Ressurreição a Pedro e João, o discípulo amado.

Como dominicanos, anunciamos a Boa Nova da Ressurreição do Senhor, e é por isso que dedicamos carinho e respeito a Maria Madalena, tornando importante falar sobre ela. A chamamos afetuosamente de Apóstola dos Apóstolos, sendo a primeira pregadora e Patrona da Teologia para nós, dominicanos.

Que possamos ter a perseverança, o silêncio e a contemplação de Maria Madalena para anunciarmos a Ressurreição, sem medo, apesar dos obstáculos e dificuldades. Façamos juntos a Oração de Santa Maria Madalena:

“Ó Santa da ressurreição, fazei-nos crer cada vez mais no Cristo vivo e atuante neste mundo. Ensina-nos a reconhecê-Lo, amá-Lo, servi-Lo e adorá-Lo, como Ele merece. Amém!”

Por intercessão da Apóstola dos Apóstolos, da Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, e de nosso Apostólico Pai Domingos, possamos verdadeiramente anunciar a conversão diária.

E, acima de tudo, glorifiquemos o Senhor com nossas vidas.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Festa da Santa Maria Madalena – Patrona da Ordem dos Pregadores

Ana Beatriz Menezes, OP.

22 de junho de 2023

Fontes:
Foto 1: Êxtase de Santa Maria Madalena – Francesco Albani 1937

https://biblia.paulus.com.br/

Abaixo explicação do Evangelho do dia (Jo 20, 1-2.11-18) com Profa. Ma. Patricia Palazzo

YouTube player
YouTube player


Faça parte da nossa Fraternidade Online Santa Margarida di Castello

A QUEM PROCURAS? Read More »

Celebração do Patrocínio da Virgem Maria à Ordem dos Pregadores

Como família de filhos e filhas de Deus e de Domingos, celebramos a intercessão da Virgem Maria junto a nós. Quando recorremos à Mãe Santíssima, lembro-me da belíssima liturgia da Sexta-Feira Santa da Paixão do Senhor, especificamente do Evangelho de São João, em que Cristo nos dá sua mãe e não nos deixa órfãos de suas intercessões.

“A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à mãe: «Mulher, eis aí o seu filho.» Depois disse ao discípulo: «Eis aí a sua mãe.» E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.”
Jo 19, 23-24

Além disso, também celebramos a lenda do sonho de São Domingos: 

Viu, então, frades e irmãs de todas as Ordens Religiosas, mas não viu nenhum da sua Ordem e, por isso, entristeceu-se.

Jesus pergunta-lhe:

– Que tens Domingos?

Ele respondeu:

– Estou triste porque vejo tantos irmãos e irmãs de tantas Ordens e não vejo um só da minha!

Jesus responde-lhe:

– Não te inquietes!

Fez um gesto a sua Mãe e esta abriu-lhe o manto. Jesus continuou:

– Não te inquietes! Os teus filhos, entreguei-os ao cuidado de minha Mãe.

Então, debaixo do seu manto estavam todos os filhos e filhas de Domingos.”

Diante desses fatos, percebemos a conexão e importância do amparo da Mãe do Salvador para nós, dominicanos, e a importância central de Cristo. Como bem sabemos, nossa espiritualidade é cristã antes de ser dominicana, e está ligada a Ele. Possamos ter nossos olhos fixos em Cristo e devoção no coração à Virgem Maria, e não deixemos de recorrer a eles em momentos de aflição, alegria, angústia e vitória.

Que a Virgem do Rosário interceda por nós para que tenhamos corações puros e mãos limpas para o serviço e anúncio do Ressuscitado. E que nosso pai apostólico Domingos também possa nos auxiliar.

Tomada de hábito dos noviços dominicanos. Foto tirada na igreja de Uberaba-MG em 2021, quando sete jovens noviços receberam o hábito dominicano.

Façamos juntos a Oração:

“Ó Deus, que sob o Patrocínio especial da Bem-Aventurada Virgem Maria, quisestes que fosse instituído para a salvação das almas a Ordem de Pregadores, e que fosse cumulada dos seus perpétuos benefícios, concedei-nos que celebrando hoje a sua memória, com o socorro da sua proteção, cheguemos à glória celeste.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor.”

Amém

08 de maio de 2023
Festa do Patrocínio da Virgem Maria a Ordem dos Pregadores

Ana Beatriz Menezes, OP.

Fontes:
Foto 1: Francisco de Zurbarán, Public domain, via Wikimedia Commons https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bellas_Artes_Sevilla.jpg
Foto 2: Página “Vocacional Frades Dominicanos” no Facebook, link: https://www.facebook.com/dominicanosbr/posts/pfbid0h7755JYM7hTFHZCdDBtemUy1ZMPqqyUrjeA3Eb4PWradcq3cGB2ZjnZZD7d8PTubl
https://www.paulus.com.br/biblia-pastoral/_PXO.HTM
http://omniumservus.blogspot.com/2017/05/o-trono-da-sabedoria.html
http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com/2009/05/festa-do-patrocinio-da-virgem-maria.html
http://retalhosdavidadeumpadre.blogspot.com/2012/05/nossa-senhora-padroeira-da-ordem-dos.html

Celebração do Patrocínio da Virgem Maria à Ordem dos Pregadores Read More »

Santa Margarida Città di Castello

A decisão do Papa Francisco em 24 de abril de 2021 em estender formalmente à Igreja universal o culto da Beata Margarida de Città de Castello é um acontecimento significativo para os fiéis católicos em todo o mundo, em especial para Ordem Dominicana, a qual a Beata Margarida fez parte da Ordem Terceira dos Frades Pregadores. A inclusão de Margarida no Catálogo dos Santos como uma Canonização Equipolente é uma forma de reconhecer a sua santidade e devoção à causa de Cristo, mesmo que ela não tenha passado pelo processo formal de canonização.

Margarida de Città de Castello é lembrada por sua vida dedicada à oração, caridade e serviço aos mais necessitados, especialmente doentes e pobres. Sua devoção e caridade atraíram muitos seguidores e admiradores em sua vida e após sua morte, quando muitos relataram milagres ocorridos em sua presença e em seu túmulo.

Em um mundo cada vez mais dividido e desigual, a vida e a mensagem de Margarida de Città de Castello nos lembram da importância de amar e cuidar dos mais necessitados. Sua canonização equipolente é uma forma de honrar a sua vida e devoção à causa de Cristo e de inspirar os fiéis a seguirem seu exemplo de amor e caridade.

 

Sobre sua vida

Ao iniciarmos a leitura sobre a vida de Santa Margarida, as primeiras impressões que temos são de que ela nasceu em uma família nobre, mas nasceu cega e com deficiências físicas. Seu pai, por medo da rejeição da sociedade da época, a aprisionou em uma pequena cela construída perto da igreja do castelo, a fim de escondê-la dos olhares dos outros.

Margarida é natural de Metola (Urbino, Itália), nascida em 1287. Ainda, menina, fora conduzida por seus pais a uma pequena cidade, Città de Castello, aproximadamente, duas horas de carro, atualmente, de Roma, para a Igreja de São Francisco, especificamente no túmulo do frade franciscano leigo, Tiago da Città de Castello, este com fama de santidade, falecido em 1292.

Após uma tentativa infrutífera de cura de sua cegueira, Margarida foi abandonada pelos pais na cidade de Città de Castello, onde passou a viver nas ruas contando com a fraternidade e compaixão dos habitantes. Posteriormente, foi acolhida por algumas freiras, mas acabou sendo expulsa do convento devido a seu modo de vida mortificado e advertências diversas, algumas biografias revelam que seu modo de vida despertava a inveja das monjas.  Então, um casal devoto, Grigia e Venturino, acolheu Margarida de forma respeitosa e lhe deu uma pequena cela em sua casa para que ela pudesse se dedicar à vida de oração, contemplação e às práticas penitenciais, como jejum, flagelações e cilício. Em agradecimento, Margarida ofereceu seus dons espirituais e intelectuais para ajudar na educação cristã dos filhos do casal.

A cegueira, não lhe fora obstáculos para visitar os mais necessitados, encarcerados e enfermos, milagres e curas, começam então serem atrelados ao seu nome e sua figura.

Ainda, como parte de sua peregrinação, Margarida visitava diariamente a Igreja da Caridade, pertencente aos Frades Dominicanos e fazendo parte da Mantellate Domenicane (Ordem da Penitência de São Domingos), mais tarde chamadas de Terciárias Seculares de São Domingos.

De oração assídua, confissões diárias e comunhão frequente, ainda a recitação do Ofício da Virgem e ao Saltério, meditação frequente do mistério da Encarnação.

A peregrinação terrestre da Santa, se tem como característica a alegria por participar do mistério da Cruz, ainda por sua condição, sendo deficiente visual, rejeitada, excluída, marginalizada da sociedade. Como Catarina de Sena (santa, doutora da Igreja e leiga dominicana), Margarida teve em sua relação intima e diária com o Cristo, experiências místicas.

Margarida faleceu em 13 de abril de 1320, em Città de Castello, Itália.

Santa Margarida nos ensina ao longo de sua vida e testemunho de conversão radical, a confiança na graça e o celebrar a participação no mistério da Cruz, que possamos ter nesta Santa, a referência de seu “sim”, somado a oração, contemplação, que nos faz mais próximos e próximas do próprio Cristo.

Que por intercessão de Margarida Città de Castello, possamos ter olhos para ver os invisíveis e sensibilidades para acolher e, o Príncipe da Paz, Jesus Cristo, possa nos conduzir juntamente com nosso Pai, São Domingos de Gusmão, no anúncio da Ressureição.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

24 de abril de 2023
Canonização de Santa Margarida Città de Castello
Ana Beatriz Menezes, OP.

Fontes:
Foto: Andrea di bartolo, caterina da siena tra quattro beate domenicane e scene delle rispettive vite, 1394-98 ca. (ve, accademia) 10 margherita di c. di castello.jpg (domínio público)
https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2021-04/papa-francisco-decreto-congregacao-causas-santos-abril-2021.html
https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/nova-santa-papa-canoniza-margarida-de-citta-de-castello/
http://heroinasdacristandade.blogspot.com/2021/04/santa-margarida-de-citta-de-castello.html
https://www.catolicismoromano.com.br/margarida-de-citta-di-castello-cega-deformada-e-santa-jovem-de-700-anos-atras-e-canonizada
https://www.santiebeati.it/dettaglio/90763https://www.op.org/santa-margherita-di-citta-di-castello/?lang=ithttps://www.santodelgiorno.it/beata-margherita-da-citta-di-castello/
http://www.cittadicastello.chiesacattolica.it/beata-margherita-da-citta-di-castello

Santa Margarida Città di Castello Read More »

CURSO: Fundamentos da Filosofia e Teologia Agostiniana I 

Fundamentos da Filosofia e Teologia Agostiniana I – análise do Comentário aos Salmos

 

As aulas serão ministradas pelo Prof. Dr. Plínio Marcos Tsai toda sexta-feira, das 20h às 21h via transmissão ao vivo pelo Zoom.

O curso é aberto para os(as) membros(as) da Fraternidade Online Santa Margarida de Castelo e associados da Associação Buddha-Dharma, mantenedora do instituto.

Para mais informações, por favor entre em contato através do nosso WhatsApp: 19 4115-0111

Abaixo o Plano de Ensino do curso:

  1. Área: Teologia

      2.  Grupo: Obras da Patrística

      3. Carga horária semestral: 24h

      4. Professor(es): Plínio Marcos Tsai

      5. Título: Fundamentos da Filosofia e Teologia Agostiniana I – Comentários aos Salmos  

      6. Ementa:

Os aspectos fundamentais. Gênese das teorias. Prática espiritual. Questões filosóficas. Questões teológicas. Questões morais. Visão de mundo do tempo de Agostinho. Inovações conceituais. Diferenças entre métodos Agostiniano e Tomasiano. Aspectos hagiográficos. Questões da Patrística. Questões Medievais. Questões Modernas. Questões Contemporâneas. Influências sobre o Magistério da Igreja Católica Apostólica Romana. Influências sobre as Ciências Humanas. Influências sobre a Filosofia e Teologia Contemporâneas.      

      7. Objetivos:

    • Conhecer as noções fundamentais do pensamento de Agostinho.
    • Reconhecer as diferenças entre o pensamento metafisico platônico e neoplatônico e o pensamento de Agostinho.
    • Compreender os aspectos principais de conservação e inovação da doutrina católica patrística.
    • Elaborar aulas expositivas sobre os aspectos centrais do pensamento de Agostinho.
    • Desenvolver artigos científicos sobre os assuntos de interesse entre o pensamento de Agostinho e aspectos teológicos, filosóficos, antropológicos etc da Modernidade.
    • Reconhecer os elementos na estrutura de conhecimento contemporâneo que contenham possíveis elementos e aspectos do pensamento agostiniano.
    • Crítica aos aspectos de colonização do pensamento cristão eurocêntrico agostiniano.
    • Investigação se o pensamento de Agostinho é útil para a realidade Latino-Americana.

        8. Observações:

    • Aulas remotas gravadas
    • Exposição de apresentação por sorteio/amostra
    • Apresentação final de artigo científico escrito para publicação

        9. Conteúdo Programático:

    1. História, contexto social, estruturas políticas e econômicas do tempo de Agostinho.
    2. Funções e significado do pensamento de Agostinho para a Europa.
    3. Funções e significado do pensamento de Agostinho para a Asia.
    4. Funções e utilidades do pensamento de Agostinho para a Teologia, Filosofia e Direito.
    5. Contribuições para o pensamento de diálogo interreligioso entre Ocidente e Oriente.
    6. Contribuições ao pensamento Latino-Americano
    7. Critica ao colonialismo europeu na América Latina

10. Programação:

Aulas

Data

Hora

Unidades

Descrição

1

10 de março

20-21h

1

O caminho do santo e do pecador: aspectos da identidade da pessoa (1)

2

17 de março

20-21h

1

Perseguição e exaltação do Cristo: a contraposição entre profano e sagrado (S2)

3

24 de março

20-21h

2

Função da oração na perseguição: aspectos sociais da rejeição (S3-S4)

4

31 de março

20-21h

2

Função da oração na perseguição: aspectos sociais da rejeição (S5)

5

07 de abril

20-21h

2

Função da oração na enfermidade:

aspectos sociais da exclusão (S6)

6

14 de abril

20-21h

2

Função da oração na calúnia:

aspectos sociais do linchamento moral (S7)

7

21 de abril

20-21h

3

A dignidade da pessoa humana (S8)

8

28 de abril

20-21h

4

A função social da justiça e punição com fundamento na noção de ordem divina sobre a natureza (S9)

9

05 de maio

20-21h

4

A função social da justiça e punição com fundamento na noção de ordem divina sobre a natureza (S9)

10

12 de maio

20-21h

4

A função social da justiça e punição com fundamento na noção de ordem divina sobre a natureza (S9)

11

19 de maio

20-21h

4

A função social da justiça e punição com fundamento na noção de ordem divina sobre a natureza (S9)

12

26 de maio

20-21h

5

A confiança no aspecto divino da ordem acima da ordem natural (S10)

13

02 de junho

20-21h

5

O modelo da justiça do cristianismo e o desejo humano de segurança e prosperidade (S11)

14

09 de junho

20-21h

5

 O modelo da justiça do cristianismo e o desejo humano de segurança e prosperidade (S12)

15

16 de junho

20-21h

Gaudim Et Spes – A Igreja no mundo de hoje

A dignidade da pessoa humana (cap.1)

16

23 de junho

20-21h

Gaudim Et Spes – A Igreja no mundo de hoje

A dignidade da pessoa humana (cap.1)

17

30 de junho

20-21h

Gaudim Et Spes – A Igreja no muno de hoje

A dignidade da pessoa humana (cap.1)

 

01 de julho

 

Avaliação

Entrega do artigo científico, do vídeo gravado, e do mapa conceitual.

 

31 de julho

 

Resultado e início da matrícula do 2º semestre

Entrega das notas. Os aprovados podem fazer matrícula para o próximo semestre. Entrega de certificados.

11. Metodologia:

a. Técnicas

i. Exposição de termos técnicos gregos

ii. Exposição de termos técnicos em latim

iii. Forma de escrita de artigos científicos

            1. Resumo
            2. Palavras-chaves
            3. Divisão inicial
            4. Desenvolvimento
            5. Conclusão
            6. Referencias

b.  Recursos

i.Vídeos

ii. Podcasts

iii. Power Points

iv. Imagens

v. Documentários

vi. Filmes

12. Avaliação:

A avaliação será semestral, constando de uma avaliação escrita em forma de artigo científico. Junto com o artigo será pedido (1) um vídeo de apresentação sobre o conteúdo do artigo escrito, e (2) um mapa conceitual dos principais conceitos e argumentos do artigo.

13. Bibliografia fundamental

AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona, 354-430. Comentário aos Salmos/Santo Agostinho; revisão de H. Dalbosco. Coleção Patrística. Salmos 1-50 (9/1). São Paulo: Paulus, 1997. 

CONCILIO VATICANO (2:1962-1965). Documentos Do Concilio Vaticano II (1962-1965) / [organização geral Lourenço Costa; tradução Tipografia Poliglota Vaticana]. São Paulo, SP: Paulus, 1997.

14. Bibliografia Complementar

 ALICI, L.; PICCOLOMINI, R.; PIERETTI, A. Esistenza e Libertà. Agostino nella Filosofia del Novecento, 1. Contributi di: L. Alici/ P. Chapel de la Pachevie / G. Ferreti / A. Ales Bello / C. Esposito / L. Boella / E. Peroli / M. Borghesi / M.T. Tosetto / A. Pieretti / I. Sciuto / D. Pagliacci. Nuova Biblioteca Agostiana.Roma, IT: Città Nuova Editrice, 2000.

 

ALICI, L.; PICCOLOMINI, R.; PIERETTI, A. Interiorità e Persona. Agostino nella Filosofia del Novecento, 2. Contributi di: A. Pieretti/ S. Ferreti / G. Losito / J. Leclerq / S. Robiliard / A. Rigobello / S. Cavaciuti / A. Marocco / F. Russo / N. Valentini / D. Pagliacci. Nuova Biblioteca Agostiana. Roma, IT: Città Nuova Editrice, 2001.

ALICI, L.; PICCOLOMINI, R.; PIERETTI, A. Verità e Linguaggio. Agostino nella Filosofia del Novecento, 3. Contributi di: L. Alici/ L. Perissinotto / A. Pieretti / C. Vinti / G. Ripanti/ I. Bochet / G. Galli / S. Petrosino / D. Pagliacci. Nuova Biblioteca Agostiana. Roma, IT: Città Nuova Editrice, 2002.

Para se inscrever preencha o formulário abaixo:

Qual seu vínculo:

CURSO: Fundamentos da Filosofia e Teologia Agostiniana I  Read More »

plugins premium WordPress