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Instituto Tomasiano

A relação entre a reconciliação em Cristo do Salmo 21 e o Sacramento da Eucaristia

O que é Diálogo Inter-religioso?

TEXTO: DR. PLÍNIO MARCOS TSAI

FONTE: https://dominicanfriars.org/content/uploads/2015/11/rsz_all_op_saints.jpg

O Mistério da Cruz e a reconciliação entre Deus e a humanidade condenada e depois revivida em Cristo é o centro de toda a verdade revelada cristã e, consequentemente, está no centro também da Teologia revelada.

Não foi compreendida e surgida instantaneamente como se fosse uma revelação mística vinda diretamente de Deus, mas passou por um processo de descoberta progressiva e de sucessivas transformações com momentos doutrinários lógicos, filosóficos, retóricos e políticos.

Trata-se de uma realidade histórica e simbólica da experiência religiosa que busca pelo sentido da vida.

Seu início parece ser dar pela interpretação dos Evangelistas. Aqui temos os que foram considerados quatro sinóticos, sendo três por serem sóbrios em suas narrativas, e o quarto por ser um desenvolvimento conclusivo dos fundamentos de uma teologia cristológica (o Evangelho de São João).

Os três primeiros, dizem os especialistas, seguem uma fonte originária literal. E o Evangelho de Marcos se junta a esta fonte original que pode ser vista nos Evangelhos de Mateus e Lucas. É uma hipótese historiográfica de peso forte, mas não imbatível. Faz sentido e é razoável.

São Marcos também passa por este desenvolvimento histórico e investigativo, e pela tradição católica ele pode ser muito bem um discípulo de Cristo, um discípulo do apóstolo São Pedro e, atualmente, ele poderia até mesmo ter sido um dos filhos de São Pedro.

O que marca o Evangelho de São Marcos? O centro parece ser a experiência do abandono de Cristo na Cruz.

E a partir deste centro se formou uma tradição interpretativa centrada no Salmo 21, com o grito da morte de Cristo na cruz, que marca a resgate dos seres humanos.

Tudo isto ocorre seguido do simbolismo do terremoto, a quebra do solo do Templo, e o rasgar do véu que separava o Santo dos Santos, a realidade que separava Deus das pessoas comuns.

No entanto, precede o grito de Cristo a oração que todos os católicos romanos e não-romanos ouvem todos os anos, que rezam e repetem na Semana Santa, aquele clamor de Cristo: “Meus Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”.

Para quem não conhece o Salmo 21 (conjunto de textos sagrados que está localizado no conjunto de livros do Antigo Testamento) tem-se a impressão de que Deus realmente abandonou Jesus na hora da morte de cruz. Mas na realidade não é bem assim.

Quem já foi para Jerusalém, e foi até a Igreja do Santo Sepulcro, viu que a distância entre Cristo e sua família (sua mãe, Maria Magdalena, a irmã da sua mãe, e outras mães dos seus apóstolos e discípulos) e o apóstolo São João, é grande demais para se ouvir qualquer coisa com clareza.

Então, a menos que tenha ocorrido mais um milagre de Cristo não registrado, se trata de uma interpretação sobre as Sagradas Escrituras, particularmente sobre o Salmo 21 pelos primeiros cristãos que viram neste Salmo a horrenda cena do abandono. Aparentemente para quem não sabe.

Mas quem sabe e conhece por meio de uma leitura mesmo rápida do Salmo 21 também percebe que há um tom de esperança ali, de que Deus não abandonaria a pessoa jamais. E que aquele que sofre o aparente abandono se mantém na esperança de que Deus o socorrerá.

E fica claro que além da fé em Deus, da esperança do socorro, há também a caridade do amor por Deus. Então, estão presentes a fé, a esperança e a caridade, que são pilares do pensamento cristão e símbolo e realidade da experiência de resistência contra o mal que está no mundo.

O mal da morte, das doenças, como aquela da pandemia que ainda estamos lutando para vencer, do envelhecimento degenerativo, das frustrações, das violências, da fome, da pobreza material, espiritual e moral, da miséria corporal e intelectual, das guerras, das injustiças, da corrupção política de grupos, da enganação, da destruição ambiental, da fome, das perseguições religiosas, do preconceito religioso, do racismo, do xenofobismo, do desemprego, dos juros compostos elevados dos bancos, e tantos outros males que parecem uma lista sem fim.

Então, Cristo teria realmente sentido o abandono na cruz? De acordo com São Tomás de Aquino, o autor da obra central da Teologia Fundamental Católica Apostólica Romana, não. Ele teria sentido na sua parte menos elevada da alma, a parte humana, mas não na sua parte elevada que contemplava e tinha o tempo todo a visão beatífica de Deus.

Para Santo Agostinho, outro doutor da Igreja, também não porque o grito seria pelas pessoas humanas de todos os três tempos, mas não dele mesmo.

No entanto, ambos não negam a experiência do abandono de algum modo. Este abandono seria a experiência humana como que de um inferno que a pessoa tem ao se ver existencialmente separada de Deus e submetida a toda a espécie de mal. Na experiência da humanidade de Cristo abandonada por Deus na cruz, na injustiça, no mal, então, a tradição cristã viu a experiência da pessoa sendo reconciliada com Deus. Como? Por meio da experiência de Deus feito pessoa e experimentando o abandono como ser humano.

Fica claro que não é algo como uma experiência pessoal individual, mas uma experiência para o coletivo de todas as pessoas de todos os tempos e lugares.

Acontece que Cristo ressuscitou e depois de permanecer um tempo no mundo, ele passou novamente para a eternidade, sendo um dogma da Igreja a sua ascensão. Então a pessoa foi privada da presença de Deus novamente? De certo modo, o que fica é o Espírito de Cristo, um novo modo de pensar, uma presença divina inexplicável que guia as pessoas de todos os tempos no sentido do espírito dos ensinamentos deixados por Cristo aos apóstolos.

Isto forma a Igreja: o espírito de Cristo que vai até o pobre, o excluído, o deficiente, o leproso, o estrangeiro, o desempregado, o preconceituoso, o injusto, o desregrado moral, o malfeitor e o traz de volta do mal para a alegria do Espírito de resistência ao mal.

FONTE: Imagem de Sérgio Alexandre de Carvalho por Pixabay

A Eucaristia, o sinal sagrado (Sacramento), é na verdade sinal de santidade, no sentido de manutenção, cultivo e esperança de paz.

É o retorno da posição original da pessoa como cuidadora da natureza ambiental e dos animais. É o sinal do regresso da pessoa ao convívio de unidade com o Espírito de Deus, sem deixar de ser pessoa humana que vive no mundo.

Jesus deixou para as pessoas a Igreja, e ela se torna responsável não tanto pelo individuo, mas pela coletividade.

Uma coletividade que é feita de grupos com suas tendências próprias, mas guiadas pelo mesmo Espírito de resistência ao mal.

Na Eucaristia temos a forma divina e a matéria natural não divina.

É a fé de todos os católicos. A esperança de que o mal no mundo vai cessar pelo Espírito de Cristo. A caridade para com Deus que se expande em misericórdia pelos outros.

Não é apenas a ceia do Senhor, nem só uma memória dos momentos finais da vida de Cristo antes da sua ressurreição. Também não é fim em si, e não é oferenda a Deus apenas. Também não é só a substituição do culto divino judaico pela forma antropocêntrica cristã de culto.

É mais do que tudo isto. É a resistência ao mal que sai em missão. Uma resistência e uma força de transformação que confia no Espírito de Cristo, no Espírito Santo, o espírito de pacificação de todo mal.

É a reafirmação de que pela vitalidade de Cristo presente no pão e na água transformada em vinho, duas características fundamentais do alimento para a manutenção da força vital, o mundo pode ser transformado, a presença de Deus pode ser vista pela ação humana, e o Reino de Deus pode ser realizado pela fé, esperança e caridade.

A Eucaristia é o centro de toda a meditação cristã para o mundo, é o lugar do encontro com Deus no Espírito de Cristo, é o símbolo máximo da Igreja que resiste ao mal no mundo de maneira não violenta, mas transformadora pela força da proteção ampla e profunda de toda a vida.

É a força da vida que resiste a todo o tipo de mal e que espera em Cristo a transformação completa da sua natureza para fazer cessar completamente todas as espécies de mortes.

A Eucarística é o símbolo final do triunfo da força da vida.

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A “ABUELA” DOS DOMINICANOS

Como filhos e filhas de Domingos, um espanhol natural de Caleruega, localizada na Província de Burgos, na Espanha, quando falamos de sua mãe, Beata Joana de Aza, recorremos à língua nativa, onde avó é traduzido como ‘Abuela’, significando nossa avó.

Hoje, em 2 de agosto, celebramos a memória de Beata Joana de Aza, a mãe de São Domingos. Infelizmente, pouco se sabe sobre sua origem ou família, pois há poucas informações disponíveis quando pesquisamos sobre ela.

– Nascimento de Joana:

Joana nasceu na cidade de Aza no ano de 1140. Ela herdou de sua família a mansão de Caleruega depois de se casar com Félix de Guzmán. Três filhos nasceram deste casamento: Antonio (venerável), Manés (abençoado) e Domingo (santo e fundador da Ordem dos Pregadores). De acordo com a obra Vida de Santo Domingo de 1272, ela era uma mulher ‘honesta, casta, irrepreensível, prudente e muito compassiva com os pobres e aflitos, brilhando pela virtude e pela boa reputação’ [1]

– Nome e Batizado de Domingos:

A devoção especial de Joana de Aza ao mosteiro beneditino de Silos e a seu santo fundador Domingo é a origem do nome de seu filho mais novo.[2]

Conta-se que, quando ela ainda estava grávida de Domingos, sonhou que um cachorro corria pelo mundo com uma tocha na boca. Rapidamente, Joana foi ao Mosteiro, pedindo a intercessão de Silos, que havia falecido 100 anos antes, para o nascimento de seu filho e prometendo que o chamaria de Domingos se tudo ocorresse bem. Dizem que ela fez novenas, mas não há informações precisas sobre isso.

No batizado, Joana, ou talvez sua madrinha, teria presenciado uma estrela na testa de seu filho Domingo, o que ao longo da vida lhe conferiu uma serenidade esplêndida em seu rosto.”

A iconografia representa o hijõ Domingo e sua Madre Juana com uma estrela na fronte

 – Influência na Educação de Domingos:

 

Influente, este, Domingos, que para seu Pai, Félix, deveria recorrer ao conhecimento das armas, preferia estar na barra da saia de sua mãe,

Seu apelo foi: “Senhor, não deixe o machado queimar!” Pedagoga e professora, ela o guiou nos primeiros passos em direção à vocação sacerdotal. Foi ela quem lhe ensinou as primeiras letras. Aos sete anos (1176).[3]

 

 

– Milagre, Morte e Beatificação:

La bodega de la Beata Juana” (Convento e Mosteiro São Domingos, Caleruega, Burgos, España)

É acessado a partir da entrada do convento. Segundo a tradição, o milagre da multiplicação do vinho que a mãe de Domingo distribuiu entre os pobres ocorreu aqui. Um relevo de alabastro do escultor Andrés M. Abelenda lembra o fato. Trata-se de um espaço retangular, sob uma abóbada sustentada por arcos de pedra, que fazia parte da antiga adega da mansão.[4]

Morte: Entre os anos de 1203 e 1205, Juana faleceu, deixando para trás uma grande admiração por suas virtudes de compaixão, misericórdia e generosidade.[5]

Beatificação: No dia 1º de outubro de 1828, o Papa Leão XII, atendendo ao pedido da Ordem Dominicana e dos grandes de Espanha, incluindo o rei Fernando VII, aprovou o culto da Beata Joana. Esse culto já era bastante popular na zona de Caleruega e povoados vizinhos, em grande medida devido à proteção alcançada de Dona Joana, Mãe de São Domingos, contra graves pestes e fomes ocorridas ao longo dos séculos.

Diante deste testemunho genuíno e fraterno, convido a todos a rezar juntos a Oração de Joana e a pedir a sua intercessão para a grande festa de seu filho Domingos, no próximo dia 08.08. Que possamos olhar com mais fervor e compaixão como Joana. Oremos:

“Pai e Senhor Nosso,
fonte de toda a vida,
que outorgaste à Beata Joana D’Aza
a benção de seus filhos, especialmente
São Domingos,
Nós pedimos por seus méritos
o poder de educar os nossos filhos
com suas virtudes
e que possam alcançar
por sua intercessão a alegria vida eterna
Por Jesus Cristo, Nosso Senhor e Sua Santíssima Mãe
Amém”
(Tradução e adaptação: Ana Beatriz Menezes, OP) 

Por intercessão de nossa Abuela Joana de Aza e seu hijõ Domingos de Guzmán, tenhamos maior fervor e conversão radical em nossa vida e coração.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
02.08.2023 – Memória da Beata Joana de Aza
Ana Beatriz Menezes, OP

 

Acompanhe a Novena preparatória para a Festa de São Domingos de Gusmão, celebrada no dia 8 de agosto:

Bibliografia

Compêndio de Memórias Históricas da Bem-aventurada Joana de Aza, publicado em 1829 para documentar a confirmação de seu culto. 

https://www.diariodeburgos.es/noticia/ZFA5B1220-E0BD-8A7F-61CF1EF714F0A7BA/20140803/santa/juana/aza

O “Libellus de principiis Ordinis Praedicatorum” de Jordão de Saxónia

http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com/2009/05/fontes-para-historia-de-sao-domingos.html

Vida de Santo Domingo de 1272

https://books.google.com.br/books?id=EnbSdnjdyeoC&pg=PA52&lpg=PA52&dq=Vida+de+Santo+Domingo+de+1272&source=bl&ots=3xJtTxA5jN&sig=ACfU3U2lHmFArd8ygA7WHFV9YvoKKSfPyQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwilrZCV1JDoAhVPGbkGHXnxCKQQ6AEwBXoECAcQAQ#v=onepage&q=Vida%20de%20Santo%20Domingo%20de%201272&f=false

https://www.dominicos.org/quienes-somos/grandes-figuras/santos/beata-juana-de-aza/

http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com/2011/08/beata-joana-de-aza-mae-de-sao-domingos.html

http://dbe.rah.es/biografias/24397/beata-juana-de-aza

http://caleruega.dominicos.es/visita

https://www.dominicos.org/quienes-somos/grandes-figuras/santos/beata-juana-de-aza/

 

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O Cristo em nós

Faz-se necessário mencionar que a espiritualidade dominicana é, antes de tudo, cristã. Essa percepção tem sido evidente ao longo da minha trajetória e experiência de oração, pois ela é profundamente cristocêntrica. Neste artigo falaremos de alguém além de Domingos, o Salvador, Jesus Cristo.

A junção dos verbetes nos revela a essência do seu ser: ‘Cristo + Centro’, ou seja, a figura do Messias Central. Colocar Cristo no centro é tê-lo como ponto focal de nossa vida e missão.

Recentemente, passamos pelas festas de Santo Antônio, Natividade de São João Batista, e ainda celebramos as festas de São Pedro e São Paulo, estes últimos considerados os grandes pilares da Igreja.

Tenho certa predileção por Pedro em relação a Paulo, porque ele foi aquele que mais se aproximou de Deus, mesmo com suas imperfeições. Pedro era o mais bruto, inesperado e explosivo, mas foi ele quem disse ‘sim’ e aceitou ser pescador de homens, recebendo a chave dos céus.

Automaticamente, lembro-me daquela emocionante passagem em que Pedro faz a mais bela profissão de fé:

“Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho, ele perguntou a seus discípulos: ‘Quem dizem os homens que eu sou?’ Eles responderam: ‘Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas.’ Então Jesus perguntou-lhes: ‘E vocês, quem dizem que eu sou?’ Pedro respondeu: ‘Tu és o Messias.’” (MC 8,27-29)

Ao afirmar isso, Pedro demonstra uma certeza e confiança profundas em Cristo, além de sua prontidão ao dar a resposta no momento oportuno, movido por algo que pulsava em seu íntimo.

Também é importante mencionar João Batista, que reconhecia e anunciava sua própria pequenez ao declarar que ‘viria um maior e mais forte’. Vale destacar sua presença no ventre de sua mãe, Isabel, ao saltar durante a Visitação da Virgem Maria. João vibrava com a presença do Salvador desde antes do nascimento, reconhecendo o grandioso papel que o Messias desempenharia.

Paulo, com sua intensidade e vasto ensinamento ao longo de suas cartas, dispensa comentários, mas nos lembra que nunca é tarde para se converter. Ele teve que ter sua visão tirada e passar por outras experiências para se converter e tornar-se um seguidor do Messias. 

Por fim, Santo Antônio, doutor da Igreja, ou como é conhecido no Brasil, o santo casamenteiro, nos traz uma história atribuída a ele. Uma jovem noiva, sem dote na época de Antônio, pediu-lhe ajuda, e ele deu-lhe uma folha de papel de pão, dizendo que o noivo pagaria o peso que a balança marcasse. Milagrosamente, deu quilos, embora a quantidade exata não seja conhecida. Esse evento foi louvável para o casamento.

Você que está lendo pode se perguntar por que estou falando de tudo isso, já que iniciei este escrito falando de Cristo. Eis a resposta: todos os mencionados – João, Pedro, Paulo, Isabel e Maria – foram seguidores de Cristo até as últimas consequências e tiveram conversões diárias e radicais. Domingos nos aponta para o “crucificado” e para o anúncio da Ressurreição, sendo essencial para o nosso carisma como dominicanos e dominicanas.

A ideia central deste escrito é apresentar o Cristo por meio da história dos Santos, daqueles que acreditaram antes de nós e deixaram o testemunho do valor e bem-estar que sentiram ao segui-lo, apesar dos obstáculos e tribulações. Perseverar e ter coragem são como mantras para o cristão.

Cristo nos disse para não temermos, pois estará sempre conosco! Que possamos, diante dos testemunhos dos Santos mencionados e dos Santos de hoje, perceber a presença do próprio Cristo e anunciar sua boa-nova sem medo.

Que peçamos a intercessão de nossa baluarte, Margarida Città di Castello, em assistência aos mais necessitados e àqueles que sentiram o amor de Deus e o compartilharam com todos ao seu redor. Que tenhamos olhos para ver o amor de Deus e clareza na missão.”

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Texto escrito na sexta-feira, 30 de Junho de 2023 – 12ª Semana do Tempo Comum

Ana Beatriz Menezes, OP.

Acompanhe a Novena preparatória para a Festa de São Domingos de Gusmão, celebrada no dia 8 de agosto:

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A QUEM PROCURAS?

Êxtase de Santa Maria Madalena – Francesco Albani 1937

Na pergunta presente no Evangelho de João, o Senhor questiona Maria Madalena sobre quem ela está procurando. É importante lembrar o contexto desse momento, que ocorre após a crucificação, quando ela visita o Santo Sepulcro para ver o corpo de Jesus, mas não o encontra, o que a leva a derramar lágrimas pela ausência de seu Senhor.

Antes de nos aprofundarmos nesse encontro significativo, precisamos contextualizar quem é a pessoa que detém o título de “Apóstola dos Apóstolos”, ou seja, Maria Madalena.

O objetivo deste texto é desmitificar e despertar a curiosidade do leitor para buscar mais informações sobre aquela que, por muito tempo, foi conhecida como a “prostituta”. Maria Madalena, também conhecida como Maria Magdalena ou Maria Margdalini, tem origem do grego Magala ou Mejdel, uma localidade próxima ao lago da Galileia.

Ela é mencionada 17 vezes ao longo das Sagradas Escrituras, sempre acompanhada do apelido “Madalena” para se diferenciar de outras pessoas. Pouco se sabe sobre sua origem ou familiares, sendo apenas conhecida como prima de Lázaro.

Maria Madalena está presente de forma silenciosa ao longo da peregrinação terrestre de Cristo, mas é citada sem parentesco ou relação com os apóstolos. Sua presença se torna mais ativa e notável na crucificação, morte e ressurreição de Cristo.

Vamos nos concentrar no Evangelho de João (Jo 20,1-12), em que Maria (referindo-se a Maria Madalena) vai até o Sepulcro de madrugada e encontra a pedra desalinhada. Ela corre para contar a Pedro e João (o discípulo amado) que o Senhor já não está mais lá. Maria chora a ausência de seu Senhor e, de forma displicente e até medrosa, espreita para dentro do espaço, encontrando dois Anjos.

Nos versículos seguintes, observamos a forma peculiar como Cristo chama cada um de nós pelo nome, assim como fez com Maria e como Deus chamou Abraão no Antigo Testamento.

O que desejo enfatizar com toda essa exploração das Sagradas Escrituras é o fato de que Maria Madalena demonstrou verdadeira compaixão e, sem medo, relatou o que aconteceu com seu Senhor quando questionada. Além disso, ela rapidamente identificou que estava diante de Jesus e anunciou a Ressurreição a Pedro e João, o discípulo amado.

Como dominicanos, anunciamos a Boa Nova da Ressurreição do Senhor, e é por isso que dedicamos carinho e respeito a Maria Madalena, tornando importante falar sobre ela. A chamamos afetuosamente de Apóstola dos Apóstolos, sendo a primeira pregadora e Patrona da Teologia para nós, dominicanos.

Que possamos ter a perseverança, o silêncio e a contemplação de Maria Madalena para anunciarmos a Ressurreição, sem medo, apesar dos obstáculos e dificuldades. Façamos juntos a Oração de Santa Maria Madalena:

“Ó Santa da ressurreição, fazei-nos crer cada vez mais no Cristo vivo e atuante neste mundo. Ensina-nos a reconhecê-Lo, amá-Lo, servi-Lo e adorá-Lo, como Ele merece. Amém!”

Por intercessão da Apóstola dos Apóstolos, da Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, e de nosso Apostólico Pai Domingos, possamos verdadeiramente anunciar a conversão diária.

E, acima de tudo, glorifiquemos o Senhor com nossas vidas.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Festa da Santa Maria Madalena – Patrona da Ordem dos Pregadores

Ana Beatriz Menezes, OP.

22 de junho de 2023

Fontes:
Foto 1: Êxtase de Santa Maria Madalena – Francesco Albani 1937

https://biblia.paulus.com.br/

Abaixo explicação do Evangelho do dia (Jo 20, 1-2.11-18) com Profa. Ma. Patricia Palazzo

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Coroa Angélica Meditada

COROA ANGÉLICA MEDITADA

Organizada por Plínio Marcos Tsai O.P.
Diagrama por Nayara Maron Takahashi O.P.
Fraternidade Santa Margarida de Castello, Valinhos, SP.
Diretor Espiritual: Frei Marcelo Neves O.P.

Introdução:

Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Vinde ó Deus em meu auxílio.
Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ó Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, humildemente nos dirigimos a Vós neste momento para iniciar nossa devoção à Coroa dos Anjos. Suplicamos que, por vossa infinita misericórdia, derrameis vossas bênçãos sobre nós e aceiteis nossas humildes orações.

Por intercessão de todos os Santos e Santas da Ordem Dominicana, que dedicaram suas vidas à busca da verdade e à propagação do Evangelho, pedimos que ilumineis nossas mentes, fortaleçais nossa fé e concedais-nos a graça de uma profunda comunhão convosco.

Concedei-nos a graça de unir nossas vozes à dos anjos e santos do céu, para louvar e glorificar vosso santo nome. Que, ao rezarmos a Coroa dos Anjos, possamos ser inspirados pelo exemplo de São Miguel Arcanjo e de todos os Arcanjos e Coros Celestiais, a fim de crescermos na virtude, na santidade e no amor a Vós.

Que essa devoção nos ajude a experimentar a vossa presença constante, o amparo e a proteção dos anjos, e nos conduza a uma união mais profunda convosco, em comunhão com a Igreja e em serviço ao mundo.

Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Primeira Hierarquia: Serafins, Querubins e Tronos. Esses anjos estão mais próximos de Deus. Eles se dedicam à adoração e louvor contínuo de Deus, e nunca deixam a presença divina. Eles contemplam Deus diretamente e comunicam Sua vontade aos coros inferiores.

Primeira Saudação – Serafins:

“Senhor Jesus, pelo amor ardente dos Serafins, inflamai nossos corações com amor a Vós. Concedei-nos a graça de amar-Vos acima de todas as coisas e de amar nossos vizinhos como a nós mesmos. Amém.”

“Os Serafins são aqueles que estão mais cheios de ardor de amor ou, o que é o mesmo, daqueles que estão mais unidos ao amor divino.” (Suma Teológica I.108.5)

CIC 329: “São criaturas que servem a Deus e estão à disposição dos desígnios de sua Providência.”

“Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celestial dos Serafins, que Deus, Senhor nosso, prepare nossos corações para receber dignamente em nossas almas o fogo de seu perfeito amor. Amém”.

Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória

Segunda Saudação – Querubins:

“Senhor Jesus, pela luz dos Querubins, iluminai nossa mente com Vossa sabedoria divina. Concedei-nos a graça de buscarmos sempre o Vosso conhecimento e de transmitir essa luz aos outros. Amém.”

“Os Querubins têm a excelência do conhecimento e iluminação divina sobre todos os outros anjos. Eles contemplam Deus mais perfeitamente, e portanto podem passar sua visão aos outros, iluminando-os.” (Suma Teológica I.108.6)

CIC 332: “Os anjos foram enviados para servir, para o bem daqueles que devem receber a salvação.”

“Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celestial dos Querubins, que Deus, Senhor nosso, conceda-nos a graça de abandonar os caminhos do pecado e seguir o caminho da perfeição cristã. Amém”.

Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória

Terceira Saudação – Tronos:

“Senhor Jesus, pela paz que os Tronos emanam, concedei-nos a Vossa paz. Ajuda-nos a sermos mensageiros da Vossa paz no mundo e a mantermos a paz em nossos corações, apesar das provações e tribulações. Amém.”

“Os Tronos significam uma certa receptividade à impressão divina, mais do que a transmissão desta impressão a outros, que é o que se indica pelo nome dos Anjos e Arcanjos… Portanto, o nome de Tronos se acomoda à ordem da primeira hierarquia.” (Suma Teológica I.108.7)

CIC 335: “Na liturgia, a Igreja se une aos anjos para adorar ao Deus três vezes santo.”

“Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celestial dos Tronos, que Deus, Senhor nosso, derrame em nossos corações um verdadeiro e sincero espírito de humildade. Amém”.

Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória

Segunda Hierarquia: Dominações, Virtudes e Potestades. Estes anjos são responsáveis pela governança do universo e pelo cumprimento das ordens de Deus. Eles ajudam a ordenar as leis da física e a manter a ordem do cosmos.

Quarta Saudação – Dominações:

“Senhor Jesus, pela autoridade das Dominações, ajudai-nos a dominar nossos sentidos e a submeter-nos à Vossa vontade. Concedei-nos a graça de resistir às tentações e de viver de acordo com Vossos mandamentos. Amém.”

“O nome das Dominações implica certa liberdade com respeito a qualquer subjeição que possa implicar sujeição.” (Suma Teológica I.108.8)

CIC 333: “Eles protegem cada dia e cada noite a obra da salvação divina.”

“Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celestial das Dominações, que Deus, Senhor nosso, conceda-nos a graça de governar nossas ações e dominar nossas paixões, para que possamos viver em conformidade com a Sua vontade. Amém”.

Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória

Quinta Saudação – Virtudes:

“Senhor Jesus, pelo poder das Virtudes, fortalecei-nos na luta contra o mal. Concedei-nos a graça de termos a coragem de enfrentar as dificuldades da vida com fé e de buscar a Vossa vontade em todas as coisas. Amém.”

“O nome das Virtudes vem da virtude divina. Pois todas as coisas se dizem divinas em relação a Deus, como efeitos em relação à causa.” (Suma Teológica I.108.9)

CIC 331: “Cristo é o centro do mundo dos anjos. Eles são seus anjos: ‘Quando o Filho do homem vier em sua glória acompanhado de todos os seus anjos…'”

“Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celestial das Virtudes, que Deus, Senhor nosso, fortaleça nossa fé e conceda-nos a virtude de perseverar em tempos de provação e adversidade. Amém”.

Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória

Sexta Saudação – Potestades:

“Senhor Jesus, pela força das Potestades, defendei-nos dos ataques dos demônios. Concedei-nos a graça de estar sempre sob Vossa proteção e de viver uma vida de santidade que reflita Vossa luz. Amém.”

“Os anjos da ordem das Potestades têm o poder de dominar, governar e mover os corpos.” (Suma Teológica I.108.10)

CIC 330: “Como criaturas puramente espirituais, eles têm inteligência e vontade: são criaturas pessoais e imortais.”

“Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celestial dos Principados, que Deus, Senhor nosso, proteja nossas nações, governantes e líderes, para que possam governar com justiça e sabedoria, promovendo a paz e a harmonia. Amém”.

Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória

Terceira Hierarquia: Principados, Arcanjos e Anjos. Esses anjos são mais frequentemente enviados como mensageiros para a humanidade. Eles protegem as nações e os indivíduos, ajudam as pessoas em suas necessidades espirituais e físicas, e entregam as orações dos fiéis a Deus.

Sétima Saudação – Principados:

“Senhor Jesus, pela proteção dos Principados, assisti-nos em nossas necessidades espirituais. Concedei-nos a graça de confiar sempre em Vós e de buscar a Vossa ajuda em todas as nossas necessidades. Amém.”

“O nome dos Principados implica uma certa primazia… a ideia de princípios sugere a ideia de uma ordem que dirige ao fim.” (Suma Teológica I.108.11)

CIC 350: “Os anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar.”

“Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celestial dos Arcanjos, que Deus, Senhor nosso, nos conceda a graça de sermos fiéis mensageiros de Sua palavra e instrumentos de Sua paz neste mundo. Amém”.

Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória

Oitava Saudação – Arcanjos:

“Senhor Jesus, pela proclamação dos Arcanjos, protegei-nos em nossa jornada espiritual e anunciem-nos as boas novas do Vosso amor. Concedei-nos a graça de espalharmos o Vosso evangelho e de sermos Vossos fiéis discípulos. Amém.”

“O nome dos Arcanjos é dado aos anjos da última hierarquia, onde também estão os anjos e os principados. São aqueles que anunciam coisas mais elevadas e espirituais.” (Suma Teológica I.108.12)

CIC 334: “Os anjos estão presentes desde o início da criação.”

Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória

“Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do coro celestial dos Anjos, que Deus, Senhor nosso, envie Seus santos anjos para nos proteger, guiar e iluminar em todos os momentos de nossa vida. Amém”.

Nona Saudação – Anjos:

“Senhor Jesus, pelo cuidado dos Anjos, sejam nossos guias e protetores em nosso caminho para a Vossa santidade. Concedei-nos a graça de sermos sempre atentos à Vossa presença e à Vossa orientação em nossas vidas. Amém.”

“Os Anjos são aqueles que anunciam coisas de menor importância.” (Suma Teológica I.108.13)

CIC 336: “Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão.”

“Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e de todos os coros celestiais dos Bem-aventurados, que Deus, Senhor nosso, nos conceda a graça de compartilhar eternamente de Sua glória e felicidade no Reino dos Céus. Amém”.

Pai Nosso, 3 Ave Maria, Glória

Saudações Finais

São Miguel Arcanjo: líder dos exércitos celestiais e defensor contra o mal.
São Gabriel Arcanjo: mensageiro divino, anunciou a concepção de Jesus à Virgem Maria.
São Rafael Arcanjo: guia, protetor e curador, auxiliou Tobias em sua jornada.
O Santo Anjo da Guarda é um anjo enviado por Deus para proteger e guiar cada pessoa individualmente.

São Miguel Arcanjo:

“Senhor Jesus, pela força e coragem de São Miguel Arcanjo, protegei-nos na batalha espiritual. Concedei-nos a graça de resistir ao mal, de vencer as tentações e de sermos fiéis seguidores dos Vossos ensinamentos. São Miguel Arcanjo, defendei-nos na luta contra o maligno. Amém.”

CIC 335: “Em nome de toda a criatura, os anjos oferecem o culto de adoração a Deus. Eis por que eles são os anjos no exílio do homem: ‘anjo’ é o seu nome; sua função é o que são diante de Deus: ‘Desde que nascestes, o louvor dos anjos celebra cada uma de vossas auroras, enquanto a vigília noturna dos anjos vos protege.'”

Pai Nosso

São Gabriel Arcanjo:

“Senhor Jesus, pela sabedoria e anúncio de São Gabriel Arcanjo, iluminai-nos com a luz da Verdade. Concedei-nos a graça de compreender Vossa vontade e de responder com generosidade aos Vossos chamados. São Gabriel Arcanjo, ajuda-nos a sermos mensageiros do Vosso amor e da Vossa misericórdia. Amém.”

CIC 332: “Eles anunciam por toda parte a obra da salvação que Cristo realizou. Gabriel pode dizer à Virgem Maria: ‘O Espírito Santo virá sobre ti.'”

Pai Nosso

São Rafael Arcanjo:

“Senhor Jesus, pela cura e proteção de São Rafael Arcanjo, guiai-nos em nossas jornadas físicas e espirituais. Concedei-nos a graça de encontrar a cura em Vós e de sermos instrumentos do Vosso amor para os que sofrem. São Rafael Arcanjo, acompanhai-nos em nossas peregrinações terrenas e intercedei por nós diante do Pai. Amém.”

CIC 336: “Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da bem-aventurada companhia dos anjos e dos homens, unidos em Deus.”

Pai Nosso

Santo Anjo da Guarda:

“Santo Anjo da Guarda, meu fiel companheiro, protegei-me em todos os momentos da minha vida. Iluminai-me com a Vossa sabedoria, defendei-me do mal e guiai-me pelos caminhos da santidade. Intercedei por mim diante de Deus, para que eu possa cumprir a Sua vontade e alcançar a vida eterna. Santo Anjo da Guarda, rogai por mim. Amém.”

CIC 330: “Como criaturas puramente espirituais, os anjos têm inteligência e vontade: são criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. O esplendor de sua glória assim se manifesta.”

Pai Nosso

Pedido:

Príncipe nobilíssimo Miguel, chefe principalíssimo da milícia celeste, guarda fiel das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós cuja excelência e virtude são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei pela vossa incomparável proteção, que adiantemos cada dia mais na fidelidade em servir a Deus. Amém.

V. Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo.
R. Para que sejamos dignos de suas promessas.

Oração:
Deus, todo poderoso e eterno, que por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhestes para príncipe de Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós vos pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que na hora de nossa morte nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado de sermos introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e augusta Majestade, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém.

Ato de Consagração a São Miguel Arcanjo:

“São Miguel Arcanjo, nobilíssimo príncipe dos Anjos, valente guerreiro do Altíssimo, zeloso amante da glória do Senhor, terror dos anjos rebeldes, amor e delícia de todos os anjos justos, meu diletíssimo arcanjo, desejo ser contado entre os vossos devotos, hoje me dou e me ofereço a vós, ponho-me a mim mesmo, a minha família e tudo o que possuo, sob o vosso mais poderoso amparo.

É pequena a oferta do meu serviço, mas vós sois grande em bondade e, com confiança, espero a vossa proteção. Protegei-me, pois, ó Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, todos os dias de minha vida e, sobretudo na hora de minha morte, não permitais que eu caia em poder de qualquer inimigo, seja ele humano ou do inferno. Amém.”

Ladainha de São Miguel Arcanjo:

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai Celestial que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, rogai por nós.
São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós.
São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nós.
São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós.
São Miguel, poderosíssimo Príncipe dos exércitos do Senhor, rogai por nós.
São Miguel, porta-estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós.
São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós.
São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós.
São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós.
São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós.
São Miguel, luz dos anjos, rogai por nós.
São Miguel, baluarte dos cristãos, rogai por nós.
São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da Cruz, rogai por nós.
São Miguel, luz e confiança das almas no último momento, rogai por nós.
São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós.
São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós.
São Miguel, arauto da sentença eterna, rogai por nós.
São Miguel, consolador das almas que estão no purgatório, rogai por nós.
São Miguel, a quem o Senhor incumbiu de recolher as almas que estão no purgatório, rogai por nós.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós Senhor.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Rogai por nós, ó glorioso São Miguel, príncipe da Igreja de Jesus Cristo, para que sejamos dignos de Suas promessas.

Oração:
Senhor Jesus, santificai-nos, por uma bênção sempre nova, e concedei-nos, pela intercessão de São Miguel, esta sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do Céu e a trocar os bens deste tempo pelos da eternidade. Vós que viveis e reinais em todos os séculos dos séculos. Amém.

Ladainha de São Gabriel Arcanjo:

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, ouvi-nos.
Cristo, atendei-nos.
Pai celeste, Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo, Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São Gabriel, glorioso Arcanjo, rogai por nós.
São Gabriel, esplendor do Paraíso, rogai por nós.
São Gabriel, chefe dos anjos do Senhor, rogai por nós.
São Gabriel, mensageiro fiel da Providência, rogai por nós.
São Gabriel, anjo da Anunciação, rogai por nós.
São Gabriel, zeloso defensor da Divina Maternidade da Virgem Santíssima, rogai por nós.
São Gabriel, terror dos rebeldes, rogai por nós.
São Gabriel, modelo de humildade, rogai por nós.
São Gabriel, luz dos anjos, rogai por nós.
São Gabriel, auxílio dos fiéis, rogai por nós.
São Gabriel, esplendor da vida religiosa, rogai por nós.
São Gabriel, esplendor da graça sacerdotal, rogai por nós.
São Gabriel, consolador dos aflitos, rogai por nós.
São Gabriel, apóstolo de Jesus e Maria, rogai por nós.
São Gabriel, herói da Gethsêmani, rogai por nós.
São Gabriel, defensor da família, rogai por nós.
São Gabriel, força da Igreja, rogai por nós.
São Gabriel, luz dos profetas, rogai por nós.
São Gabriel, inspiração dos pregadores, rogai por nós.
São Gabriel, ciência dos teólogos, rogai por nós.
São Gabriel, luz dos confessores, rogai por nós.
São Gabriel, pureza das almas virgens, rogai por nós.
São Gabriel, coroa de todos os santos, rogai por nós.

Oremos:
Ó Deus, que entre todos os anjos Escolhestes o Arcanjo Gabriel para anunciar o mistério da Encarnação, concedei propício, que nós, que celebramos a sua festa, sintamos o efeito de sua proteção. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.”

Ladainha de São Rafael Arcanjo:

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, ouvi-nos.
Cristo, atendei-nos.
Pai celeste, Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo, Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São Rafael, rogai por nós.
São Rafael, cheio de misericórdia de Deus, rogai por nós.
São Rafael, fiel mensageiro do céu, rogai por nós.
São Rafael, auxílio em nossa fraqueza, rogai por nós.
São Rafael, guia em nosso caminho, rogai por nós.
São Rafael, força em nossa doença, rogai por nós.
São Rafael, refúgio em nossa dor, rogai por nós.
São Rafael, companheiro em nossa peregrinação, rogai por nós.
São Rafael, guardião dos que esperam no Senhor, rogai por nós.
São Rafael, guia dos navegantes, rogai por nós.
São Rafael, protetor dos exilados, rogai por nós.
São Rafael, consolador dos aflitos, rogai por nós.
São Rafael, auxílio dos doentes, rogai por nós.
São Rafael, salvador dos enfermos, rogai por nós.
São Rafael, refúgio dos viajantes, rogai por nós.
São Rafael, guarda dos cegos, rogai por nós.
São Rafael, guia dos médicos, rogai por nós.
São Rafael, defensor dos inocentes, rogai por nós.
São Rafael, defensor da pureza, rogai por nós.
São Rafael, auxílio dos pobres, rogai por nós.
São Rafael, riqueza dos que sofrem, rogai por nós.
São Rafael, medicina dos enfermos, rogai por nós.
São Rafael, saúde dos doentes, rogai por nós.
São Rafael, guia dos que foram perdidos, rogai por nós.
São Rafael, luz dos cegos, rogai por nós.
São Rafael, alegria dos tristes, rogai por nós.
São Rafael, conhecimento dos humildes, rogai por nós.
São Rafael, triunfo daqueles que esperam em Deus, rogai por nós.

Oremos:
Deus, que concedeu ao Arcanjo São Rafael a graça de curar as nossas enfermidades corporais e espirituais, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de sermos curados de todas as nossas enfermidades e a coragem de caminhar sempre segundo a vossa vontade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Ladainha do Santo Anjo da Guarda:

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, ouvi-nos.
Cristo, atendei-nos.
Pai celeste, Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo, Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
Santos Anjos da Guarda, rogai por nós.
Anjos do Céu, rogai por nós.
Anjos da paz, rogai por nós.
Anjos da fidelidade, rogai por nós.
Anjos da sabedoria, rogai por nós.
Anjos da pureza, rogai por nós.
Anjos da luz, rogai por nós.
Anjos da alegria, rogai por nós.
Anjos da misericórdia, rogai por nós.
Anjos do arrependimento, rogai por nós.
Anjos da modéstia, rogai por nós.
Anjos do amor divino, rogai por nós.
Anjos da nossa guarda, rogai por nós.
Anjos do nosso desejo, rogai por nós.
Anjos do nosso amor, rogai por nós.
Anjos da nossa fé, rogai por nós.
Anjos da nossa esperança, rogai por nós.
Anjos da nossa caridade, rogai por nós.
Anjos da nossa alegria, rogai por nós.
Anjos da nossa obediência, rogai por nós.
Anjos da nossa paciência, rogai por nós.
Anjos da nossa humildade, rogai por nós.
Anjos da nossa pureza, rogai por nós.
Anjos da nossa doçura, rogai por nós.
Anjos da nossa bondade, rogai por nós.
Anjos da nossa mansidão, rogai por nós.
Anjos da nossa fidelidade, rogai por nós.
Anjos da nossa perseverança, rogai por nós.
Anjos da nossa confiança, rogai por nós.
Anjos da nossa penitência, rogai por nós.

Oremos:
Deus todo-poderoso, em vossa infinita bondade e misericórdia, confiaste-nos à guarda dos Santos Anjos. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça de sermos guardados de todo mal, e orientados em nosso caminho, a fim de que possamos caminhar sempre mais fielmente segundo vossa vontade e alcançar a salvação eterna. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Ladainha de São Domingos de Gusmão:

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, ouvi-nos.
Cristo, atendei-nos.
Pai celeste, Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo, Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São Domingos, rogai por nós.
Domingos, o pregador fiel, rogai por nós.
Domingos, fundador dos Dominicanos, rogai por nós.
Domingos, campeão da verdade, rogai por nós.
Domingos, amante da pobreza, rogai por nós.
Domingos, modelo de santidade, rogai por nós.
Domingos, servidor dos pobres, rogai por nós.
Domingos, promotor do Rosário, rogai por nós.
Domingos, homem de oração, rogai por nós.
Domingos, guia dos fiéis, rogai por nós.
Domingos, mestre da teologia, rogai por nós.
Domingos, luz para os descrentes, rogai por nós.
Domingos, defensor da fé, rogai por nós.
Domingos, exemplo de caridade, rogai por nós.
Domingos, guardião da doutrina, rogai por nós.
Domingos, intercessor perante Deus, rogai por nós.

Oremos:
Senhor Deus, que fizestes de São Domingos uma luz brilhante para a Igreja e um destemido defensor da fé, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de sermos firmes em nossa fé e de brilharmos como luzes em meio ao mundo. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

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Celebração do Patrocínio da Virgem Maria à Ordem dos Pregadores

Como família de filhos e filhas de Deus e de Domingos, celebramos a intercessão da Virgem Maria junto a nós. Quando recorremos à Mãe Santíssima, lembro-me da belíssima liturgia da Sexta-Feira Santa da Paixão do Senhor, especificamente do Evangelho de São João, em que Cristo nos dá sua mãe e não nos deixa órfãos de suas intercessões.

“A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à mãe: «Mulher, eis aí o seu filho.» Depois disse ao discípulo: «Eis aí a sua mãe.» E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.”
Jo 19, 23-24

Além disso, também celebramos a lenda do sonho de São Domingos: 

Viu, então, frades e irmãs de todas as Ordens Religiosas, mas não viu nenhum da sua Ordem e, por isso, entristeceu-se.

Jesus pergunta-lhe:

– Que tens Domingos?

Ele respondeu:

– Estou triste porque vejo tantos irmãos e irmãs de tantas Ordens e não vejo um só da minha!

Jesus responde-lhe:

– Não te inquietes!

Fez um gesto a sua Mãe e esta abriu-lhe o manto. Jesus continuou:

– Não te inquietes! Os teus filhos, entreguei-os ao cuidado de minha Mãe.

Então, debaixo do seu manto estavam todos os filhos e filhas de Domingos.”

Diante desses fatos, percebemos a conexão e importância do amparo da Mãe do Salvador para nós, dominicanos, e a importância central de Cristo. Como bem sabemos, nossa espiritualidade é cristã antes de ser dominicana, e está ligada a Ele. Possamos ter nossos olhos fixos em Cristo e devoção no coração à Virgem Maria, e não deixemos de recorrer a eles em momentos de aflição, alegria, angústia e vitória.

Que a Virgem do Rosário interceda por nós para que tenhamos corações puros e mãos limpas para o serviço e anúncio do Ressuscitado. E que nosso pai apostólico Domingos também possa nos auxiliar.

Tomada de hábito dos noviços dominicanos. Foto tirada na igreja de Uberaba-MG em 2021, quando sete jovens noviços receberam o hábito dominicano.

Façamos juntos a Oração:

“Ó Deus, que sob o Patrocínio especial da Bem-Aventurada Virgem Maria, quisestes que fosse instituído para a salvação das almas a Ordem de Pregadores, e que fosse cumulada dos seus perpétuos benefícios, concedei-nos que celebrando hoje a sua memória, com o socorro da sua proteção, cheguemos à glória celeste.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor.”

Amém

08 de maio de 2023
Festa do Patrocínio da Virgem Maria a Ordem dos Pregadores

Ana Beatriz Menezes, OP.

Fontes:
Foto 1: Francisco de Zurbarán, Public domain, via Wikimedia Commons https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bellas_Artes_Sevilla.jpg
Foto 2: Página “Vocacional Frades Dominicanos” no Facebook, link: https://www.facebook.com/dominicanosbr/posts/pfbid0h7755JYM7hTFHZCdDBtemUy1ZMPqqyUrjeA3Eb4PWradcq3cGB2ZjnZZD7d8PTubl
https://www.paulus.com.br/biblia-pastoral/_PXO.HTM
http://omniumservus.blogspot.com/2017/05/o-trono-da-sabedoria.html
http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com/2009/05/festa-do-patrocinio-da-virgem-maria.html
http://retalhosdavidadeumpadre.blogspot.com/2012/05/nossa-senhora-padroeira-da-ordem-dos.html

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Santa Margarida Città di Castello

A decisão do Papa Francisco em 24 de abril de 2021 em estender formalmente à Igreja universal o culto da Beata Margarida de Città de Castello é um acontecimento significativo para os fiéis católicos em todo o mundo, em especial para Ordem Dominicana, a qual a Beata Margarida fez parte da Ordem Terceira dos Frades Pregadores. A inclusão de Margarida no Catálogo dos Santos como uma Canonização Equipolente é uma forma de reconhecer a sua santidade e devoção à causa de Cristo, mesmo que ela não tenha passado pelo processo formal de canonização.

Margarida de Città de Castello é lembrada por sua vida dedicada à oração, caridade e serviço aos mais necessitados, especialmente doentes e pobres. Sua devoção e caridade atraíram muitos seguidores e admiradores em sua vida e após sua morte, quando muitos relataram milagres ocorridos em sua presença e em seu túmulo.

Em um mundo cada vez mais dividido e desigual, a vida e a mensagem de Margarida de Città de Castello nos lembram da importância de amar e cuidar dos mais necessitados. Sua canonização equipolente é uma forma de honrar a sua vida e devoção à causa de Cristo e de inspirar os fiéis a seguirem seu exemplo de amor e caridade.

 

Sobre sua vida

Ao iniciarmos a leitura sobre a vida de Santa Margarida, as primeiras impressões que temos são de que ela nasceu em uma família nobre, mas nasceu cega e com deficiências físicas. Seu pai, por medo da rejeição da sociedade da época, a aprisionou em uma pequena cela construída perto da igreja do castelo, a fim de escondê-la dos olhares dos outros.

Margarida é natural de Metola (Urbino, Itália), nascida em 1287. Ainda, menina, fora conduzida por seus pais a uma pequena cidade, Città de Castello, aproximadamente, duas horas de carro, atualmente, de Roma, para a Igreja de São Francisco, especificamente no túmulo do frade franciscano leigo, Tiago da Città de Castello, este com fama de santidade, falecido em 1292.

Após uma tentativa infrutífera de cura de sua cegueira, Margarida foi abandonada pelos pais na cidade de Città de Castello, onde passou a viver nas ruas contando com a fraternidade e compaixão dos habitantes. Posteriormente, foi acolhida por algumas freiras, mas acabou sendo expulsa do convento devido a seu modo de vida mortificado e advertências diversas, algumas biografias revelam que seu modo de vida despertava a inveja das monjas.  Então, um casal devoto, Grigia e Venturino, acolheu Margarida de forma respeitosa e lhe deu uma pequena cela em sua casa para que ela pudesse se dedicar à vida de oração, contemplação e às práticas penitenciais, como jejum, flagelações e cilício. Em agradecimento, Margarida ofereceu seus dons espirituais e intelectuais para ajudar na educação cristã dos filhos do casal.

A cegueira, não lhe fora obstáculos para visitar os mais necessitados, encarcerados e enfermos, milagres e curas, começam então serem atrelados ao seu nome e sua figura.

Ainda, como parte de sua peregrinação, Margarida visitava diariamente a Igreja da Caridade, pertencente aos Frades Dominicanos e fazendo parte da Mantellate Domenicane (Ordem da Penitência de São Domingos), mais tarde chamadas de Terciárias Seculares de São Domingos.

De oração assídua, confissões diárias e comunhão frequente, ainda a recitação do Ofício da Virgem e ao Saltério, meditação frequente do mistério da Encarnação.

A peregrinação terrestre da Santa, se tem como característica a alegria por participar do mistério da Cruz, ainda por sua condição, sendo deficiente visual, rejeitada, excluída, marginalizada da sociedade. Como Catarina de Sena (santa, doutora da Igreja e leiga dominicana), Margarida teve em sua relação intima e diária com o Cristo, experiências místicas.

Margarida faleceu em 13 de abril de 1320, em Città de Castello, Itália.

Santa Margarida nos ensina ao longo de sua vida e testemunho de conversão radical, a confiança na graça e o celebrar a participação no mistério da Cruz, que possamos ter nesta Santa, a referência de seu “sim”, somado a oração, contemplação, que nos faz mais próximos e próximas do próprio Cristo.

Que por intercessão de Margarida Città de Castello, possamos ter olhos para ver os invisíveis e sensibilidades para acolher e, o Príncipe da Paz, Jesus Cristo, possa nos conduzir juntamente com nosso Pai, São Domingos de Gusmão, no anúncio da Ressureição.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

24 de abril de 2023
Canonização de Santa Margarida Città de Castello
Ana Beatriz Menezes, OP.

Fontes:
Foto: Andrea di bartolo, caterina da siena tra quattro beate domenicane e scene delle rispettive vite, 1394-98 ca. (ve, accademia) 10 margherita di c. di castello.jpg (domínio público)
https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2021-04/papa-francisco-decreto-congregacao-causas-santos-abril-2021.html
https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/nova-santa-papa-canoniza-margarida-de-citta-de-castello/
http://heroinasdacristandade.blogspot.com/2021/04/santa-margarida-de-citta-de-castello.html
https://www.catolicismoromano.com.br/margarida-de-citta-di-castello-cega-deformada-e-santa-jovem-de-700-anos-atras-e-canonizada
https://www.santiebeati.it/dettaglio/90763https://www.op.org/santa-margherita-di-citta-di-castello/?lang=ithttps://www.santodelgiorno.it/beata-margherita-da-citta-di-castello/
http://www.cittadicastello.chiesacattolica.it/beata-margherita-da-citta-di-castello

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Cerimônia de tomada de votos na Ordem Dominicana – Terceira Ordem

Neste sábado, dia 15 de abril de 2023, ocorreu a cerimônia da tomada dos votos temporários na Ordem Dominicana (Terceira Ordem) de grande parte dos nossos professores do Instituto Tomasiano com a profissão dos votos temporários. A cerimônia ocorreu na Comunidade Santa Rita de Cássia do Vale Verde de Valinhos-SP.

A Ordem Dominicana é uma ordem religiosa católica romana fundada pelo Santo Espanhol São Domingos de Gusmão em 1216. No Brasil, a história da Ordem Dominicana remonta ao século XVI, os dominicanos foram responsáveis pela fundação de várias igrejas, conventos e escolas em todo o país, incluindo o Convento de Santo Antônio, em São Paulo, fundado em 1592, e o Convento de São Francisco, em Salvador, fundado em 1587.

A Ordem Dominicana continua presente em todo o Brasil, com vários conventos e instituições de ensino mantidos pelos frades dominicanos. É uma das maiores ordens religiosas católicas do mundo, com membros em todo o mundo, incluindo padres, irmãos e irmãs, leigos e leigas.

O que é a Terceira Ordem Dominicana?

A Terceira Ordem Dominicana, também conhecida como Ordem dos Pregadores Leigos, é uma associação de leigos e leigas católicos que desejam seguir o exemplo de São Domingos de Gusmão e viver de acordo com os valores e a espiritualidade da Ordem Dominicana. A Terceira Ordem foi fundada no século XIII e é uma das maiores associações de leigos da Igreja Católica.

Os membros da Terceira Ordem Dominicana são leigos e leigas que se comprometem a viver de acordo com os princípios da Ordem Dominicana em suas vidas diárias, incluindo a oração, a contemplação, a ação missionária e a busca pela verdade. Eles podem se reunir regularmente em comunidades chamadas fraternidades, onde compartilham sua fé, estudam e oram juntos.
 
Os membros da Terceira Ordem Dominicana não são religiosos profissionais, mas vivem sua espiritualidade dominicana em suas profissões e em suas vidas cotidianas. Eles se dedicam à evangelização, à promoção da justiça e da paz e à ajuda aos mais necessitados.
 
A Terceira Ordem Dominicana é uma das principais formas pelas quais a espiritualidade dominicana é transmitida para leigos e leigas. Os membros da Terceira Ordem têm um papel importante na vida da Igreja e da sociedade, e muitos foram canonizados ou beatificados pela Igreja Católica por seu serviço à causa do evangelho.
 

Agradecimentos ao nosso amigo Frei Elisanias (Ordem dos Pregadores), a nossa coordenadora nacional Lourdes, do Rio de Janeiro, e a nossa amiga Antonieta da Fraternidade de Amparo, que gentilmente vieram para nos ajudar aqui na Comunidade Santa Rita de Cássida, no Vale Verde em Valinhos. Nosso agradecimento ao nosso amigo e diretor espiritual Frei Marcelo Neves (OP – Angelicum), ao Frei André Tavares (OP – FAEJ), e ao nosso Pároco Maurício da Arquidiocese de Campinas.

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Seminário Online: Karl Rahner e a teologia antropocêntrica – Profa. Doutoranda Patricia Palazzo Tsai

Karl Rahner nasceu em Março de 1904, em Friburgo, na Alemanha, o quarto de sete filhos. Seu pai era professor e sua mãe vivia em tempo integral na educação de seus filhos e, conforme as biografias disponíveis sobre Rahner, inspirou nele grande fé e desejo de estudar e se aprofundar no catolicismo.

Aos 18 anos de idade, em 1922, o jovem Karl inicia seu noviciado na Companhia de Jesus, logo após ter se formado na escola, tendo tomado os votos em 1924, em Pullach, ficando ali até 1928 para sua formação em filosofia. De 1929 a 1932 se dedicou aos estudos teológicos em Valkenburg, na Holanda, tendo sido ordenado sacerdote no mesmo ano de 1932.

De 1932 a 1936 se dedica ao mestrado em Friburgo, tendo como orientador Martin Honecker, tendo conhecido o filósofo Martin Heidegger. E em 1936 conclui o doutorado em um único ano, tendo escrito sua tese sobre a origem da Igreja no lado ferido de Cristo.

Rahner se inspirava muito em Inácio de Loyola quando iniciou seu noviciado, e mais adiante pelos filósofos Immanuel Kant e Martin Heidegger e pelos teólogos S. Tomás de Aquino e os jesuítas Joseph Maréchal e Pierre Rousselot (ambos tomistas).

S. Tomás de Aquino

Em 1938, com o nazismo se tornando cada vez mais potente, Rahner teve de buscar exílio em Viena, diante do fechamento da faculdade de teologia. O regime nazista na Alemanha além de implementar campos de concentração e políticas de extermínio, também promoveu o fechamento de igrejas e inclusive executou incontáveis padres, freiras, leigos e leigas católicos.

Rahner escreveu diversos livros, tanto de filosofia, quanto de teologia, tendo chamado a atenção de teólogos de grande renome, o que lhe rendeu em 1960 a sua nomeação como consultor da comissão preparatória De sacramentis, para a realização do Concílio Vaticano II. Por sua grande capacidade foi escolhido pelo próprio Papa João XXIII como um dos 195 peritos conciliares.

Concílio Vaticano II

Além disso, Rahner foi um dos principais e mais importantes teólogos para o Concílio, recebendo reconhecimento e um agradecimento do Papa Paulo VI. Antes do término do Concílio Vaticano II, fundou uma revista juntamente com Edward Schillebeeckx, Yves Congar, Hans Küng, Johann Baptist Metz, Paul Brand e outros, revista essa que até os dias de hoje é publicada – Concilium.

Concilium 2022 - Founders’ Memorial Issue

No primeiro número da revista há um artigo escrito pelo futuro Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger. Na mais recente edição, datada de abril deste ano, foi realizada uma comemoração em memória dos fundadores, com artigos selecionados de cada um.

Rahner possui lista de publicações extensa, e por essa razão vamos apontar algumas de suas obras, que podem ser encontradas em português: Curso Fundamental da Fé e O Cristão do Futuro.

Porém, infelizmente as demais obras de Rahner não vieram a ser traduzidas ao português, tais como Hörer des Wortes (O Ouvinte das Palavras), Geist in Welt (Espírito no Mundo), Maria, Mutter des Herrn (Maria, Mãe de Deus), Zur Theologie des Todes (Sobre a Teologia da Morte) e Schriften zur Theologie (Escritos sobre Teologia) de 8 volumes.

A teologia de Rahner traz uma visão importante sobre um aggiornamento, uma atualização da Igreja para acompanhar o mundo em constante mudança, sem sair de suas bases, mas sem se perder em um tempo que não mais é o de outrora. É a abertura de janelas para que o sopro de ar possa entrar, o sopro de ruah (pneuma, em grego, se referindo ao Espírito Santo).

E esse sopro divino também é importante para compreender a teologia trinitária de Rahner, com a sua perspectiva antropocêntrica, além das suas contribuições no tocante a uma teologia sobre a morte.

Rahner, em seu Espírito no Mundo afirma o seguinte (1994, p. 406)[1]:

Assim, o homem encontra a si mesmo quando está no mundo e quando pergunta sobre Deus; e quando ele pergunta sobre sua essência, ele sempre se encontra já no mundo e em direção a Deus. Ele é ambas as coisas de uma só vez, e não pode ser um sem o outro.

Seres humanos se encontram exilados no mundo, mas já estão além dele ao mesmo tempo, e é justamente por esse duplo pertencimento – ambivalência – que para Rahner o homem não pode ser apenas um ser do mundo, limitado pelo material e pelos sentidos, mas sempre é ambos do mundo e do que está além do mundo.

Karl Rahner faleceu em 1984, aos 80 anos de idade, tendo deixado um legado de mais de 4.000 textos escritos. Apesar de não ser bem conhecido no Brasil, Rahner é um teólogo de peso, com importantes contribuições que poderão enriquecer ainda mais os estudos teológicos em nosso país.

Referências

CONCÍLIO VATICANO II. Lumen gentium. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 1964.

KENNEDY, Philip. Twentieth-Century Theologians: A New Introduction to Modern Christian Thought. I. B. Tauris, 2010.

MONDIN, Batista. Os grandes teólogos do século vinte. Tradução José Fernandes, São Paulo, Edições Paulinas, 1979.

RAHNER, Karl. Spirit in the World (Trad. William Dych, S.J.). New York: Continuum, 1994.

VORGRIMLER, Herbert. Understanding Karl Rahner: An Introduction to His Life and Thought. New York: Crossroad, 1986.

Para saber mais sobre Karl Rahner convidamos todos para ver a apresentação do seminário da Profa. Patricia Palazzo Tsai, acesse:

Este vídeo faz parte de uma série de apresentações no Seminário Online: Os Principais Teólogos do Catolicismo, para ver a programação completa acesse: https://didymus.org.br/seminario-os-principais-teologos-contemporaneos-do-catolicismo/

Seminário Online: Karl Rahner e a teologia antropocêntrica – Profa. Doutoranda Patricia Palazzo Tsai Read More »

Seminário: Os Principais Teólogos Contemporâneos Do Catolicismo

O Instituto Tomasiano tem o prazer de compartilhar na íntegra o Seminário On-line: Os Principais Teólogos Contemporâneos do Catolicismo apresentados por nossos professores e alunos da gradução em Teologia. Este evento correu de março a junho de 2021, promovido pelo Instituto e a Paróquia São Sebastião. 

Foram apresentados os teólogos contemporâneos e o cerne de seu pensamento filosófico e teológico, perpassando pelos aspectos de sua vida e obra, e a relevância de sua contribuição ao pensamento atual.

Veja a programação completa do Seminário:

  • Abertura do Seminário – Prof. Dr. Plinio Tsai e o Pe. Dalmírio do Amaral 
  • Henri de Lubac e a teologia histórica – Prof. Dr. Plínio Tsai
  • Teilhard de Chardin e o evolucionismo cristocêntrico – Profa. Dra. Cibele Furlan
  • Romano Guardini e a teologia da existência cristã – Profa. Doutoranda Loyane Ferreira
  • Garrigou Lagrange e a teologia tomista tradicional –  Profa. Doutoranda Nirvana França
  • Karl Rahner e a teologia antropocêntrica – Profa. Doutoranda Patricia Palazzo Tsai
  • Urs von Balthasar e a estética teológica – Profa. Doutoranda Estela Piccin
  • Edward Schillebeeckx e a teologia sacramental – Prof. Ms. Yu Jun
  • Yves Congar e a teologia escolástica ecumênica – Profa. Ma. Tattiane Marques
  • Maria-Dominique Chenu e a teologia das realidades terrestres e encerramento – Nayara Maron Costa Takahashi e Isabella Graballos Graduandas em Teologia 
Divulgaremos um vídeo por semana e a Playlist do Seminário ficará disponível abaixo.

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