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A “ABUELA” DOS DOMINICANOS

Como filhos e filhas de Domingos, um espanhol natural de Caleruega, localizada na Província de Burgos, na Espanha, quando falamos de sua mãe, Beata Joana de Aza, recorremos à língua nativa, onde avó é traduzido como ‘Abuela’, significando nossa avó.

Hoje, em 2 de agosto, celebramos a memória de Beata Joana de Aza, a mãe de São Domingos. Infelizmente, pouco se sabe sobre sua origem ou família, pois há poucas informações disponíveis quando pesquisamos sobre ela.

– Nascimento de Joana:

Joana nasceu na cidade de Aza no ano de 1140. Ela herdou de sua família a mansão de Caleruega depois de se casar com Félix de Guzmán. Três filhos nasceram deste casamento: Antonio (venerável), Manés (abençoado) e Domingo (santo e fundador da Ordem dos Pregadores). De acordo com a obra Vida de Santo Domingo de 1272, ela era uma mulher ‘honesta, casta, irrepreensível, prudente e muito compassiva com os pobres e aflitos, brilhando pela virtude e pela boa reputação’ [1]

– Nome e Batizado de Domingos:

A devoção especial de Joana de Aza ao mosteiro beneditino de Silos e a seu santo fundador Domingo é a origem do nome de seu filho mais novo.[2]

Conta-se que, quando ela ainda estava grávida de Domingos, sonhou que um cachorro corria pelo mundo com uma tocha na boca. Rapidamente, Joana foi ao Mosteiro, pedindo a intercessão de Silos, que havia falecido 100 anos antes, para o nascimento de seu filho e prometendo que o chamaria de Domingos se tudo ocorresse bem. Dizem que ela fez novenas, mas não há informações precisas sobre isso.

No batizado, Joana, ou talvez sua madrinha, teria presenciado uma estrela na testa de seu filho Domingo, o que ao longo da vida lhe conferiu uma serenidade esplêndida em seu rosto.”

A iconografia representa o hijõ Domingo e sua Madre Juana com uma estrela na fronte

 – Influência na Educação de Domingos:

 

Influente, este, Domingos, que para seu Pai, Félix, deveria recorrer ao conhecimento das armas, preferia estar na barra da saia de sua mãe,

Seu apelo foi: “Senhor, não deixe o machado queimar!” Pedagoga e professora, ela o guiou nos primeiros passos em direção à vocação sacerdotal. Foi ela quem lhe ensinou as primeiras letras. Aos sete anos (1176).[3]

 

 

– Milagre, Morte e Beatificação:

La bodega de la Beata Juana” (Convento e Mosteiro São Domingos, Caleruega, Burgos, España)

É acessado a partir da entrada do convento. Segundo a tradição, o milagre da multiplicação do vinho que a mãe de Domingo distribuiu entre os pobres ocorreu aqui. Um relevo de alabastro do escultor Andrés M. Abelenda lembra o fato. Trata-se de um espaço retangular, sob uma abóbada sustentada por arcos de pedra, que fazia parte da antiga adega da mansão.[4]

Morte: Entre os anos de 1203 e 1205, Juana faleceu, deixando para trás uma grande admiração por suas virtudes de compaixão, misericórdia e generosidade.[5]

Beatificação: No dia 1º de outubro de 1828, o Papa Leão XII, atendendo ao pedido da Ordem Dominicana e dos grandes de Espanha, incluindo o rei Fernando VII, aprovou o culto da Beata Joana. Esse culto já era bastante popular na zona de Caleruega e povoados vizinhos, em grande medida devido à proteção alcançada de Dona Joana, Mãe de São Domingos, contra graves pestes e fomes ocorridas ao longo dos séculos.

Diante deste testemunho genuíno e fraterno, convido a todos a rezar juntos a Oração de Joana e a pedir a sua intercessão para a grande festa de seu filho Domingos, no próximo dia 08.08. Que possamos olhar com mais fervor e compaixão como Joana. Oremos:

“Pai e Senhor Nosso,
fonte de toda a vida,
que outorgaste à Beata Joana D’Aza
a benção de seus filhos, especialmente
São Domingos,
Nós pedimos por seus méritos
o poder de educar os nossos filhos
com suas virtudes
e que possam alcançar
por sua intercessão a alegria vida eterna
Por Jesus Cristo, Nosso Senhor e Sua Santíssima Mãe
Amém”
(Tradução e adaptação: Ana Beatriz Menezes, OP) 

Por intercessão de nossa Abuela Joana de Aza e seu hijõ Domingos de Guzmán, tenhamos maior fervor e conversão radical em nossa vida e coração.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
02.08.2023 – Memória da Beata Joana de Aza
Ana Beatriz Menezes, OP

 

Acompanhe a Novena preparatória para a Festa de São Domingos de Gusmão, celebrada no dia 8 de agosto:

Bibliografia

Compêndio de Memórias Históricas da Bem-aventurada Joana de Aza, publicado em 1829 para documentar a confirmação de seu culto. 

https://www.diariodeburgos.es/noticia/ZFA5B1220-E0BD-8A7F-61CF1EF714F0A7BA/20140803/santa/juana/aza

O “Libellus de principiis Ordinis Praedicatorum” de Jordão de Saxónia

http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com/2009/05/fontes-para-historia-de-sao-domingos.html

Vida de Santo Domingo de 1272

https://books.google.com.br/books?id=EnbSdnjdyeoC&pg=PA52&lpg=PA52&dq=Vida+de+Santo+Domingo+de+1272&source=bl&ots=3xJtTxA5jN&sig=ACfU3U2lHmFArd8ygA7WHFV9YvoKKSfPyQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwilrZCV1JDoAhVPGbkGHXnxCKQQ6AEwBXoECAcQAQ#v=onepage&q=Vida%20de%20Santo%20Domingo%20de%201272&f=false

https://www.dominicos.org/quienes-somos/grandes-figuras/santos/beata-juana-de-aza/

http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com/2011/08/beata-joana-de-aza-mae-de-sao-domingos.html

http://dbe.rah.es/biografias/24397/beata-juana-de-aza

http://caleruega.dominicos.es/visita

https://www.dominicos.org/quienes-somos/grandes-figuras/santos/beata-juana-de-aza/

 

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O Cristo em nós

Faz-se necessário mencionar que a espiritualidade dominicana é, antes de tudo, cristã. Essa percepção tem sido evidente ao longo da minha trajetória e experiência de oração, pois ela é profundamente cristocêntrica. Neste artigo falaremos de alguém além de Domingos, o Salvador, Jesus Cristo.

A junção dos verbetes nos revela a essência do seu ser: ‘Cristo + Centro’, ou seja, a figura do Messias Central. Colocar Cristo no centro é tê-lo como ponto focal de nossa vida e missão.

Recentemente, passamos pelas festas de Santo Antônio, Natividade de São João Batista, e ainda celebramos as festas de São Pedro e São Paulo, estes últimos considerados os grandes pilares da Igreja.

Tenho certa predileção por Pedro em relação a Paulo, porque ele foi aquele que mais se aproximou de Deus, mesmo com suas imperfeições. Pedro era o mais bruto, inesperado e explosivo, mas foi ele quem disse ‘sim’ e aceitou ser pescador de homens, recebendo a chave dos céus.

Automaticamente, lembro-me daquela emocionante passagem em que Pedro faz a mais bela profissão de fé:

“Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho, ele perguntou a seus discípulos: ‘Quem dizem os homens que eu sou?’ Eles responderam: ‘Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas.’ Então Jesus perguntou-lhes: ‘E vocês, quem dizem que eu sou?’ Pedro respondeu: ‘Tu és o Messias.’” (MC 8,27-29)

Ao afirmar isso, Pedro demonstra uma certeza e confiança profundas em Cristo, além de sua prontidão ao dar a resposta no momento oportuno, movido por algo que pulsava em seu íntimo.

Também é importante mencionar João Batista, que reconhecia e anunciava sua própria pequenez ao declarar que ‘viria um maior e mais forte’. Vale destacar sua presença no ventre de sua mãe, Isabel, ao saltar durante a Visitação da Virgem Maria. João vibrava com a presença do Salvador desde antes do nascimento, reconhecendo o grandioso papel que o Messias desempenharia.

Paulo, com sua intensidade e vasto ensinamento ao longo de suas cartas, dispensa comentários, mas nos lembra que nunca é tarde para se converter. Ele teve que ter sua visão tirada e passar por outras experiências para se converter e tornar-se um seguidor do Messias. 

Por fim, Santo Antônio, doutor da Igreja, ou como é conhecido no Brasil, o santo casamenteiro, nos traz uma história atribuída a ele. Uma jovem noiva, sem dote na época de Antônio, pediu-lhe ajuda, e ele deu-lhe uma folha de papel de pão, dizendo que o noivo pagaria o peso que a balança marcasse. Milagrosamente, deu quilos, embora a quantidade exata não seja conhecida. Esse evento foi louvável para o casamento.

Você que está lendo pode se perguntar por que estou falando de tudo isso, já que iniciei este escrito falando de Cristo. Eis a resposta: todos os mencionados – João, Pedro, Paulo, Isabel e Maria – foram seguidores de Cristo até as últimas consequências e tiveram conversões diárias e radicais. Domingos nos aponta para o “crucificado” e para o anúncio da Ressurreição, sendo essencial para o nosso carisma como dominicanos e dominicanas.

A ideia central deste escrito é apresentar o Cristo por meio da história dos Santos, daqueles que acreditaram antes de nós e deixaram o testemunho do valor e bem-estar que sentiram ao segui-lo, apesar dos obstáculos e tribulações. Perseverar e ter coragem são como mantras para o cristão.

Cristo nos disse para não temermos, pois estará sempre conosco! Que possamos, diante dos testemunhos dos Santos mencionados e dos Santos de hoje, perceber a presença do próprio Cristo e anunciar sua boa-nova sem medo.

Que peçamos a intercessão de nossa baluarte, Margarida Città di Castello, em assistência aos mais necessitados e àqueles que sentiram o amor de Deus e o compartilharam com todos ao seu redor. Que tenhamos olhos para ver o amor de Deus e clareza na missão.”

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Texto escrito na sexta-feira, 30 de Junho de 2023 – 12ª Semana do Tempo Comum

Ana Beatriz Menezes, OP.

Acompanhe a Novena preparatória para a Festa de São Domingos de Gusmão, celebrada no dia 8 de agosto:

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A QUEM PROCURAS?

Êxtase de Santa Maria Madalena – Francesco Albani 1937

Na pergunta presente no Evangelho de João, o Senhor questiona Maria Madalena sobre quem ela está procurando. É importante lembrar o contexto desse momento, que ocorre após a crucificação, quando ela visita o Santo Sepulcro para ver o corpo de Jesus, mas não o encontra, o que a leva a derramar lágrimas pela ausência de seu Senhor.

Antes de nos aprofundarmos nesse encontro significativo, precisamos contextualizar quem é a pessoa que detém o título de “Apóstola dos Apóstolos”, ou seja, Maria Madalena.

O objetivo deste texto é desmitificar e despertar a curiosidade do leitor para buscar mais informações sobre aquela que, por muito tempo, foi conhecida como a “prostituta”. Maria Madalena, também conhecida como Maria Magdalena ou Maria Margdalini, tem origem do grego Magala ou Mejdel, uma localidade próxima ao lago da Galileia.

Ela é mencionada 17 vezes ao longo das Sagradas Escrituras, sempre acompanhada do apelido “Madalena” para se diferenciar de outras pessoas. Pouco se sabe sobre sua origem ou familiares, sendo apenas conhecida como prima de Lázaro.

Maria Madalena está presente de forma silenciosa ao longo da peregrinação terrestre de Cristo, mas é citada sem parentesco ou relação com os apóstolos. Sua presença se torna mais ativa e notável na crucificação, morte e ressurreição de Cristo.

Vamos nos concentrar no Evangelho de João (Jo 20,1-12), em que Maria (referindo-se a Maria Madalena) vai até o Sepulcro de madrugada e encontra a pedra desalinhada. Ela corre para contar a Pedro e João (o discípulo amado) que o Senhor já não está mais lá. Maria chora a ausência de seu Senhor e, de forma displicente e até medrosa, espreita para dentro do espaço, encontrando dois Anjos.

Nos versículos seguintes, observamos a forma peculiar como Cristo chama cada um de nós pelo nome, assim como fez com Maria e como Deus chamou Abraão no Antigo Testamento.

O que desejo enfatizar com toda essa exploração das Sagradas Escrituras é o fato de que Maria Madalena demonstrou verdadeira compaixão e, sem medo, relatou o que aconteceu com seu Senhor quando questionada. Além disso, ela rapidamente identificou que estava diante de Jesus e anunciou a Ressurreição a Pedro e João, o discípulo amado.

Como dominicanos, anunciamos a Boa Nova da Ressurreição do Senhor, e é por isso que dedicamos carinho e respeito a Maria Madalena, tornando importante falar sobre ela. A chamamos afetuosamente de Apóstola dos Apóstolos, sendo a primeira pregadora e Patrona da Teologia para nós, dominicanos.

Que possamos ter a perseverança, o silêncio e a contemplação de Maria Madalena para anunciarmos a Ressurreição, sem medo, apesar dos obstáculos e dificuldades. Façamos juntos a Oração de Santa Maria Madalena:

“Ó Santa da ressurreição, fazei-nos crer cada vez mais no Cristo vivo e atuante neste mundo. Ensina-nos a reconhecê-Lo, amá-Lo, servi-Lo e adorá-Lo, como Ele merece. Amém!”

Por intercessão da Apóstola dos Apóstolos, da Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, e de nosso Apostólico Pai Domingos, possamos verdadeiramente anunciar a conversão diária.

E, acima de tudo, glorifiquemos o Senhor com nossas vidas.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Festa da Santa Maria Madalena – Patrona da Ordem dos Pregadores

Ana Beatriz Menezes, OP.

22 de junho de 2023

Fontes:
Foto 1: Êxtase de Santa Maria Madalena – Francesco Albani 1937

https://biblia.paulus.com.br/

Abaixo explicação do Evangelho do dia (Jo 20, 1-2.11-18) com Profa. Ma. Patricia Palazzo

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Celebração do Patrocínio da Virgem Maria à Ordem dos Pregadores

Como família de filhos e filhas de Deus e de Domingos, celebramos a intercessão da Virgem Maria junto a nós. Quando recorremos à Mãe Santíssima, lembro-me da belíssima liturgia da Sexta-Feira Santa da Paixão do Senhor, especificamente do Evangelho de São João, em que Cristo nos dá sua mãe e não nos deixa órfãos de suas intercessões.

“A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à mãe: «Mulher, eis aí o seu filho.» Depois disse ao discípulo: «Eis aí a sua mãe.» E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.”
Jo 19, 23-24

Além disso, também celebramos a lenda do sonho de São Domingos: 

Viu, então, frades e irmãs de todas as Ordens Religiosas, mas não viu nenhum da sua Ordem e, por isso, entristeceu-se.

Jesus pergunta-lhe:

– Que tens Domingos?

Ele respondeu:

– Estou triste porque vejo tantos irmãos e irmãs de tantas Ordens e não vejo um só da minha!

Jesus responde-lhe:

– Não te inquietes!

Fez um gesto a sua Mãe e esta abriu-lhe o manto. Jesus continuou:

– Não te inquietes! Os teus filhos, entreguei-os ao cuidado de minha Mãe.

Então, debaixo do seu manto estavam todos os filhos e filhas de Domingos.”

Diante desses fatos, percebemos a conexão e importância do amparo da Mãe do Salvador para nós, dominicanos, e a importância central de Cristo. Como bem sabemos, nossa espiritualidade é cristã antes de ser dominicana, e está ligada a Ele. Possamos ter nossos olhos fixos em Cristo e devoção no coração à Virgem Maria, e não deixemos de recorrer a eles em momentos de aflição, alegria, angústia e vitória.

Que a Virgem do Rosário interceda por nós para que tenhamos corações puros e mãos limpas para o serviço e anúncio do Ressuscitado. E que nosso pai apostólico Domingos também possa nos auxiliar.

Tomada de hábito dos noviços dominicanos. Foto tirada na igreja de Uberaba-MG em 2021, quando sete jovens noviços receberam o hábito dominicano.

Façamos juntos a Oração:

“Ó Deus, que sob o Patrocínio especial da Bem-Aventurada Virgem Maria, quisestes que fosse instituído para a salvação das almas a Ordem de Pregadores, e que fosse cumulada dos seus perpétuos benefícios, concedei-nos que celebrando hoje a sua memória, com o socorro da sua proteção, cheguemos à glória celeste.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor.”

Amém

08 de maio de 2023
Festa do Patrocínio da Virgem Maria a Ordem dos Pregadores

Ana Beatriz Menezes, OP.

Fontes:
Foto 1: Francisco de Zurbarán, Public domain, via Wikimedia Commons https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bellas_Artes_Sevilla.jpg
Foto 2: Página “Vocacional Frades Dominicanos” no Facebook, link: https://www.facebook.com/dominicanosbr/posts/pfbid0h7755JYM7hTFHZCdDBtemUy1ZMPqqyUrjeA3Eb4PWradcq3cGB2ZjnZZD7d8PTubl
https://www.paulus.com.br/biblia-pastoral/_PXO.HTM
http://omniumservus.blogspot.com/2017/05/o-trono-da-sabedoria.html
http://vitaefratrumordinispraedicatorum.blogspot.com/2009/05/festa-do-patrocinio-da-virgem-maria.html
http://retalhosdavidadeumpadre.blogspot.com/2012/05/nossa-senhora-padroeira-da-ordem-dos.html

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Cerimônia de tomada de votos na Ordem Dominicana – Terceira Ordem

Neste sábado, dia 15 de abril de 2023, ocorreu a cerimônia da tomada dos votos temporários na Ordem Dominicana (Terceira Ordem) de grande parte dos nossos professores do Instituto Tomasiano com a profissão dos votos temporários. A cerimônia ocorreu na Comunidade Santa Rita de Cássia do Vale Verde de Valinhos-SP.

A Ordem Dominicana é uma ordem religiosa católica romana fundada pelo Santo Espanhol São Domingos de Gusmão em 1216. No Brasil, a história da Ordem Dominicana remonta ao século XVI, os dominicanos foram responsáveis pela fundação de várias igrejas, conventos e escolas em todo o país, incluindo o Convento de Santo Antônio, em São Paulo, fundado em 1592, e o Convento de São Francisco, em Salvador, fundado em 1587.

A Ordem Dominicana continua presente em todo o Brasil, com vários conventos e instituições de ensino mantidos pelos frades dominicanos. É uma das maiores ordens religiosas católicas do mundo, com membros em todo o mundo, incluindo padres, irmãos e irmãs, leigos e leigas.

O que é a Terceira Ordem Dominicana?

A Terceira Ordem Dominicana, também conhecida como Ordem dos Pregadores Leigos, é uma associação de leigos e leigas católicos que desejam seguir o exemplo de São Domingos de Gusmão e viver de acordo com os valores e a espiritualidade da Ordem Dominicana. A Terceira Ordem foi fundada no século XIII e é uma das maiores associações de leigos da Igreja Católica.

Os membros da Terceira Ordem Dominicana são leigos e leigas que se comprometem a viver de acordo com os princípios da Ordem Dominicana em suas vidas diárias, incluindo a oração, a contemplação, a ação missionária e a busca pela verdade. Eles podem se reunir regularmente em comunidades chamadas fraternidades, onde compartilham sua fé, estudam e oram juntos.
 
Os membros da Terceira Ordem Dominicana não são religiosos profissionais, mas vivem sua espiritualidade dominicana em suas profissões e em suas vidas cotidianas. Eles se dedicam à evangelização, à promoção da justiça e da paz e à ajuda aos mais necessitados.
 
A Terceira Ordem Dominicana é uma das principais formas pelas quais a espiritualidade dominicana é transmitida para leigos e leigas. Os membros da Terceira Ordem têm um papel importante na vida da Igreja e da sociedade, e muitos foram canonizados ou beatificados pela Igreja Católica por seu serviço à causa do evangelho.
 

Agradecimentos ao nosso amigo Frei Elisanias (Ordem dos Pregadores), a nossa coordenadora nacional Lourdes, do Rio de Janeiro, e a nossa amiga Antonieta da Fraternidade de Amparo, que gentilmente vieram para nos ajudar aqui na Comunidade Santa Rita de Cássida, no Vale Verde em Valinhos. Nosso agradecimento ao nosso amigo e diretor espiritual Frei Marcelo Neves (OP – Angelicum), ao Frei André Tavares (OP – FAEJ), e ao nosso Pároco Maurício da Arquidiocese de Campinas.

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Seminário Online: Karl Rahner e a teologia antropocêntrica – Profa. Doutoranda Patricia Palazzo Tsai

Karl Rahner nasceu em Março de 1904, em Friburgo, na Alemanha, o quarto de sete filhos. Seu pai era professor e sua mãe vivia em tempo integral na educação de seus filhos e, conforme as biografias disponíveis sobre Rahner, inspirou nele grande fé e desejo de estudar e se aprofundar no catolicismo.

Aos 18 anos de idade, em 1922, o jovem Karl inicia seu noviciado na Companhia de Jesus, logo após ter se formado na escola, tendo tomado os votos em 1924, em Pullach, ficando ali até 1928 para sua formação em filosofia. De 1929 a 1932 se dedicou aos estudos teológicos em Valkenburg, na Holanda, tendo sido ordenado sacerdote no mesmo ano de 1932.

De 1932 a 1936 se dedica ao mestrado em Friburgo, tendo como orientador Martin Honecker, tendo conhecido o filósofo Martin Heidegger. E em 1936 conclui o doutorado em um único ano, tendo escrito sua tese sobre a origem da Igreja no lado ferido de Cristo.

Rahner se inspirava muito em Inácio de Loyola quando iniciou seu noviciado, e mais adiante pelos filósofos Immanuel Kant e Martin Heidegger e pelos teólogos S. Tomás de Aquino e os jesuítas Joseph Maréchal e Pierre Rousselot (ambos tomistas).

S. Tomás de Aquino

Em 1938, com o nazismo se tornando cada vez mais potente, Rahner teve de buscar exílio em Viena, diante do fechamento da faculdade de teologia. O regime nazista na Alemanha além de implementar campos de concentração e políticas de extermínio, também promoveu o fechamento de igrejas e inclusive executou incontáveis padres, freiras, leigos e leigas católicos.

Rahner escreveu diversos livros, tanto de filosofia, quanto de teologia, tendo chamado a atenção de teólogos de grande renome, o que lhe rendeu em 1960 a sua nomeação como consultor da comissão preparatória De sacramentis, para a realização do Concílio Vaticano II. Por sua grande capacidade foi escolhido pelo próprio Papa João XXIII como um dos 195 peritos conciliares.

Concílio Vaticano II

Além disso, Rahner foi um dos principais e mais importantes teólogos para o Concílio, recebendo reconhecimento e um agradecimento do Papa Paulo VI. Antes do término do Concílio Vaticano II, fundou uma revista juntamente com Edward Schillebeeckx, Yves Congar, Hans Küng, Johann Baptist Metz, Paul Brand e outros, revista essa que até os dias de hoje é publicada – Concilium.

Concilium 2022 - Founders’ Memorial Issue

No primeiro número da revista há um artigo escrito pelo futuro Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger. Na mais recente edição, datada de abril deste ano, foi realizada uma comemoração em memória dos fundadores, com artigos selecionados de cada um.

Rahner possui lista de publicações extensa, e por essa razão vamos apontar algumas de suas obras, que podem ser encontradas em português: Curso Fundamental da Fé e O Cristão do Futuro.

Porém, infelizmente as demais obras de Rahner não vieram a ser traduzidas ao português, tais como Hörer des Wortes (O Ouvinte das Palavras), Geist in Welt (Espírito no Mundo), Maria, Mutter des Herrn (Maria, Mãe de Deus), Zur Theologie des Todes (Sobre a Teologia da Morte) e Schriften zur Theologie (Escritos sobre Teologia) de 8 volumes.

A teologia de Rahner traz uma visão importante sobre um aggiornamento, uma atualização da Igreja para acompanhar o mundo em constante mudança, sem sair de suas bases, mas sem se perder em um tempo que não mais é o de outrora. É a abertura de janelas para que o sopro de ar possa entrar, o sopro de ruah (pneuma, em grego, se referindo ao Espírito Santo).

E esse sopro divino também é importante para compreender a teologia trinitária de Rahner, com a sua perspectiva antropocêntrica, além das suas contribuições no tocante a uma teologia sobre a morte.

Rahner, em seu Espírito no Mundo afirma o seguinte (1994, p. 406)[1]:

Assim, o homem encontra a si mesmo quando está no mundo e quando pergunta sobre Deus; e quando ele pergunta sobre sua essência, ele sempre se encontra já no mundo e em direção a Deus. Ele é ambas as coisas de uma só vez, e não pode ser um sem o outro.

Seres humanos se encontram exilados no mundo, mas já estão além dele ao mesmo tempo, e é justamente por esse duplo pertencimento – ambivalência – que para Rahner o homem não pode ser apenas um ser do mundo, limitado pelo material e pelos sentidos, mas sempre é ambos do mundo e do que está além do mundo.

Karl Rahner faleceu em 1984, aos 80 anos de idade, tendo deixado um legado de mais de 4.000 textos escritos. Apesar de não ser bem conhecido no Brasil, Rahner é um teólogo de peso, com importantes contribuições que poderão enriquecer ainda mais os estudos teológicos em nosso país.

Referências

CONCÍLIO VATICANO II. Lumen gentium. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 1964.

KENNEDY, Philip. Twentieth-Century Theologians: A New Introduction to Modern Christian Thought. I. B. Tauris, 2010.

MONDIN, Batista. Os grandes teólogos do século vinte. Tradução José Fernandes, São Paulo, Edições Paulinas, 1979.

RAHNER, Karl. Spirit in the World (Trad. William Dych, S.J.). New York: Continuum, 1994.

VORGRIMLER, Herbert. Understanding Karl Rahner: An Introduction to His Life and Thought. New York: Crossroad, 1986.

Para saber mais sobre Karl Rahner convidamos todos para ver a apresentação do seminário da Profa. Patricia Palazzo Tsai, acesse:

Este vídeo faz parte de uma série de apresentações no Seminário Online: Os Principais Teólogos do Catolicismo, para ver a programação completa acesse: https://didymus.org.br/seminario-os-principais-teologos-contemporaneos-do-catolicismo/

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Seminário Online: Garrigou Lagrange e a teologia tomista tradicional

Padre Garrigou Lagrange, nasceu em Auch (França). Em 1987 ingressou na Ordem Dominicana e inicia seus estudos teológicos. Ordenado sacerdote em 1902, passa por diversos cursos de aperfeiçoamento teológico. Quando começou a lecionar, em 1905, se aprofundou no pensamento de São Tomás de Aquino e da escola tomista, tendo comentado todas as partes da Suma Teológica.

O pensamento do Padre Garrigou expressava a escolástica tradicional e fez parte do contra-movimento de libertar a Igreja católica do escolasticismo em detrimento da filosofia moderna. Neste contexto, passa a destacar a validade da filosofia tomista, resultando na condenação da “nova teologia”. Assim, para compreender os desenvolvimentos da teologia recente, faz-se necessário compreender este pensamento que predominou por grande parte da época contemporânea.

Para saber mais sobre Garrigou convidamos todos para ver a apresentação do seminário da Profa. Nirvana França, acesse:

Este vídeo faz parte de uma série de apresentações no Seminário Online: Os Principais Teólogos do Catolicismo, para ver a programação completa acesse: https://didymus.org.br/seminario-os-principais-teologos-contemporaneos-do-catolicismo/

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Seminário Online: Romano Guardini e a teologia da existência cristã

Romano Guardini era teólogo, filósofo, literato, pedagogo e católico, e estas cinco dimensões apresentavam-se unidas em seu pensamento e foram fundamentais em sua contribuição para Catolicismo Contemporâneo.

Nasceu em 1885 na Itália, mas mudou-se para Mainz na Alemanha muito pequeno. Em 1910 foi ordenado sacerdote, após ter realizado todos os seus estudos. A formação de seu pensamento teológico foi influenciada principalmente pelos estudos dos tesouros da sabedoria contidos na Escritura e na Tradição da Igreja.

Se destacou como o maior pedagogo da nossa época pela influência na compreensão e significado do valor da fé, do amor e da vida cristã, por ultrapassar os limites da ciência teológica com a ajuda da literatura, filosofia e pedagogia. Isso o levou as fontes da Revelação e suas pesquisas sobre a teologia da existência cristã.

Para saber mais sobre Guardini convidamos todos para ver a apresentação do seminário da Profa. Loyane Ferreira, acesse:

Este vídeo faz parte de uma série de apresentações no Seminário Online: Os Principais Teólogos do Catolicismo, para ver a programação completa acesse: https://didymus.org.br/seminario-os-principais-teologos-contemporaneos-do-catolicismo/

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Seminário Online: Teilhard de Chardin e o evolucionismo cristocêntrico

Já pensou em um Padre pesquisador naturalista cuja intenção de vida era levar os cientistas à fé? Ele foi o Pierre Teilhard de Chardin, que dedicou sua vida a estas duas áreas.

Nascido em 1888 no castelo de Sarcenat, em Auvergne (França) teve seu pai como seu primeiro educador, um humanista que escolhia cuidadosamente a leitura de seus onze filhos. Tendo transmitido para Pierre sua instrução espiritual, também o orientou quanto ao gosto pela pesquisa naturalista. Estudou em colégio jesuíta e aos dezoito anos ingressou como noviço na Companhia de Jesus. Ao cursar teologia em Hastings pode cultivar seus talentos científicos, “o jovem estudioso examinava cientificamente os fatos religiosos, esforçando-se, ao mesmo tempo, por compreender religiosamente os fatos científicos”.

Ordenado sacerdote em 1911, mas tendo que interromper seus estudos em 1914 em decorrência da primeira guerra mundial. Ao ser convocado para prestar serviços para o exército, iniciava-se a experiência que influenciou a sua maturação espiritual e intelectual. Após participação em notáveis pesquisas e ensino na área científica, desenvolveu escritos com o tema de uma nova visão cósmica baseada na ideia da evolução. Suas duas principais obras trabalham a especulação e a prática das consequências religiosas desta visão, como veremos neste Seminário.

Este vídeo faz parte de uma série de apresentações no Seminário Online: Os Principais Teólogos do Catolicismo, para ver a programação completa acesse: https://didymus.org.br/seminario-os-principais-teologos-contemporaneos-do-catolicismo/
 

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Seminário Online: Henri de Lubac e a Teologia Histórica

Você sabe a influência que o padre Henri De Lubac teve no Concílio Vaticano II? 

Nascido em Cambrai (França) em 1896, após o liceu ingressou como noviço na Companhia de Jesus, passou a refletir sobre as relações entre fé e graça, entre natural e sobrenatural, entre ateísmo e cristianismo. Após ficar gravemente ferido ao prestar serviço na primeira guerra mundial, retomando seus estudos na Inglaterra, dedicou-se ao estudo da patrística e a um profundo estudo sobre a graça. 

Sua vasta pesquisa de trinta anos deu origem à obra “Surnaturel” (Sobrenatural) lançada em 1946, na qual, critica a corrente do sobrenatural e propõe uma nova concepção baseada nas tradições patrística e escolástica. Sob muitas críticas, o livro que gerou polêmica entre os tomistas marca o início do movimento da “nova teologia”. Embora tenha sido condenada pelo Papa Pio XII, seu pensamento rendeu-lhe ativa participação no Concílio Vaticano II sob os cuidados do papa João XXIII. Ele se tornou um dos principais teólogos do Vaticano II a ponto de São João Paulo II ter ido prestar pessoalmente as suas homenagens em duas visitas oficiais.

Este vídeo faz parte de uma série de apresentações no Seminário Online: Os Principais Teólogos do Catolicismo, para ver a programação completa acesse: https://didymus.org.br/seminario-os-principais-teologos-contemporaneos-do-catolicismo/

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